Brasil

Ônibus mais caro faz prefeitos enfrentarem Justiça e protestos

Em meio à atual crise econômica, as prefeituras das capitais e o governo do Distrito Federal estão enfrentando dificuldades para reajustar o preço das tarifas do transporte coletivo, que na maioria das cidades acontece no início do ano. Além dos previsíveis protestos nas ruas, a Justiça tem vetado os planos dos governantes, que em alguns casos apresentaram planilhas de aumento com índices muito acima da inflação.

Levantamento feito por Veja.com nas 26 capitais e no Distrito Federal mostra que nove capitais elevaram suas passagens, cinco delas com índices acima de 15%. A Prefeitura de Teresina foi quem aplicou o maior aumento (20%), seguido de Vitória, Belém e Fortaleza, todas com percentuais na casa dos 16% (veja quadro abaixo). A inflação oficial do ano passado foi de 6,29%.

O número de capitais com reajustes poderia ter sido até maior, já que São Paulo e Brasília colocaram novos preços em vigor, mas tiveram de recuar por causa de decisões judiciais, ainda provisórias. Em Fortaleza, o reajuste também deverá passar pelos tribunais. Manaus recuou ainda em 2016, depois de uma longa batalha judicial. O mesmo aconteceu em cidades da Grande São Paulo, como em Guarulhos e Mauá, que tiveram de desistir do aumento devido a resistências da população ou da Justiça. Algumas prefeituras, que pretendem fazer o reajuste em fevereiro, têm o mesmo horizonte em vista.

Belo Horizonte, onde o prefeito Marcio Lacerda (PSB) determinou o aumento dos preços a partir do dia 3 de janeiro de R$ 3,70 para R$ 4,05, é a cidade com a tarifa de ônibus mais cara do país.

Protestos

Depois do protagonismo em 2013, quando desencadeou os protestos de rua que levaram a grandes manifestações pelo país – com objetivos até mais amplos, como o combate à corrupção -, o Movimento Passe Livre (MPL) surge novamente à frente das principais manifestações nas capitais, desta vez mais fragmentado, já que diversos coletivos (grupos de militantes) têm convocado as pessoas para irem às ruas. A adesão, por ora, é basicamente de estudantes. "O aumento precisa ser barrado na rua", diz o estudante Francisco Bueno, membro do MPL paulista, para quem a construção do movimento tem de ser coletiva.

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