TRAGÉDIAS

Capital vive semana de terror com três crimes bárbaros

Após exatos sete dias, a Polícia Civil registrou três crimes bárbaros que tomaram as páginas policiais da imprensa de Mato Grosso do Sul. Agora, o sentimento de tristeza, dor e espanto se proliferou pelas ruas da Capital e campo-grandenses pedem por justiça.

O primeiro caso registrado foi a morte do ex-vereador Cristóvão Silveira (PSDB), e a esposa, Fátima de Jesus Diniz Silveira, que foram mortos a facadas terça-feira (18), em uma chácara da família, na MS-080, saída para Rochedo. Conforme a polícia, e a mulher teve parte do corpo carbonizado e há suspeitas de que tenha sido estuprada.

Os acusados foram presos e um dos envolvidos foi morto em confronto com a polícia após ser encontrado em fuga. O caso chocou o Estado pelo nível de crueldade dos criminosos, que desfiguraram o rosto do ex-vereador com um facão e também pela morte da esposa da vítima. O casal era conhecido por ajudar a família do caseiro, principal acusado pelo crime, que tem a esposa cadeirante. Ele teve a ajuda do filho, do sobrinho e de um quarto integrante.

CASO KAUAN

O segundo caso, que aconteceu no dia 25 de Junho, mas só foi revelado em resultado de investigações nesta semana, foi do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, de apenas nove anos, que foi estuprado até a morte por um professor de 38 anos e teve o corpo embalado em um saco plástico e jogado no rio Anhanduí na Capital.

A criança teria dito à mãe que iria sair de casa para brincar com amigos, mas acabou indo com os meninos para a feira no bairro Coophavilla guardar veículos quando ao ir embora, foi abordado por um adolescente de 14 anos que levou a vítima até a casa do acusado, e lá ele foi amordaçado, e teve as mãos amarradas enquanto era brutalmente violentado. Segundo relato do adolescente que participou do crime, o garoto foi morto por asfixia ao tentar reagir ao abuso.

"No momento em que foi abusar, o menino começou a gritar e se debater. Ele [suspeito] ainda pediu para adolescente segurar mãos do garoto e usou pano para tapar a boca do menino e continuou abusando da criança, que de repente parou de reagir", explicou o delegado Paulo Sérgio Lauretto, que investiga o caso pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança ao Adolescente (Depca), com base no depoimento do adolescente.

As buscas pelo corpo do menino foram encerradas hoje, 26, após não surtir nenhum resultado em 20 quilômetros de extensão. O inquérito de estupro de vulnerável foi encerrado e agora as investigações continuam para apurar o crime de homicídio.

O acusado nega as afirmações, mas continua preso e nesta quarta-feira, 26, o delegado responsável pelas investigações, Paulo Sérgio Lauretto, disse que ele ficará detido na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (Depca) até o final do dia e que será feito o pedido de uma vaga em algum presídio no Estado para o professor.

"Tem que achar esse corpo, vai ser encontrado, preciso enterrar meu filho. E fazer esse animal, esse monstro pagar por tudo que ele fez", disse a mãe do menino em desabafo na última romaria que acompanhava as buscas pelo garoto.

TERCEIRO CASO

E na noite de terça-feira, um novo caso foi registrado e surpreendeu mais uma vez a população campo-grandense. O fato é que uma jovem de 27 anos identificada como Mayara Amaral, foi assassinada e teve o corpo desovado em uma propriedade rural localizada no caminho que dá acesso à região noroeste de Campo Grande, conhecida como "Inferninho".

A musicista teria sido assassinada com golpes na cabeça que provocaram perfurações. Ela estava desaparecida desde segunda-feira, 24, quando ontem (25) respondeu uma mensagem da mãe que a procurava, dizendo que estava na casa do namorado e que ele estaria ameaçando ela de morte. Uma amiga da vítima também confirmou as ameaças.

Hoje, a mãe foi até a delegacia para registrar o sumiço da filha que após registro foi identificada pelo corpo encontrado na pastagem de uma propriedade rural.

O corpo foi achado por peões da chácara que encontraram o cadáver sendo consumido por chamas. A polícia afirma que o a carbonização do corpo não foi intencional e sim teria tido foco em outro local e acabou alcançando a vítima. As testemunhas refutam a afirmação e dizem que o fogo começou no local onde a vítima foi encontrada.

O principal acusado pelo crime, o namorado da jovem, já foi encontrado e está preso na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário, a Depac, do bairro Piratininga.

RANKING DE VIOLÊNCIA

Em 2016, Campo Grande foi eleita a 25ª capital mais violenta do país. Na pesquisa, foram levantados os registros de 139 ocorrências de assassinatos praticados na Capital sul-mato-grossense.

FÉ PARA TRANSFORMAR

O pastor da igreja Sara Nossa Terra em Campo Grande, Thales Alves Martins, disse em entrevista ao JORNAL O PROGRESSO que os sentimentos que se espalharam pelas ruas da Capital são de dor, espanto e tristeza. Ele acredita que apesar do nível de violência, a população compreende que são fatos pontuais, mas apesar disso não serão considerados normais e o desejo de justiça exala por Campo Grande.

Thales é líder de mais de mil jovens na Capital, e todos os sábado eles se reúnem no templo da igreja para ministrações de mensagens de fé e esperança. "Eu acredito na transformação do homem, que apesar de sua maldade pode ser capaz de ser um agente transformador a partir de um encontro com Cristo" disse o pastor.

O O PROGRESSO entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil de Campo Grande, mas a delegada titular, Sidnéia Catarina Tobias, não pôde nos atender até o fechamento desta matéria.

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