Saudade em desenhos

Desenhos de crianças em isolamento mostram ao mundo o que elas mais sentem falta;

Amigos da escola, avós, esportes, natureza são alguns dos temas representados pelas crianças confinadas em casa durante a pandemia do Covid-19.

Crianças confinadas em suas casas durante o isolamento estão desenhando o que elas mais sentem falta: amigos da escola, avós, futebol e espaços verdes abertos.

Independente de onde elas são, os temas são frequentemente os mesmos.

De Tóquio a Buenos Aires, e Nova York a Katmandu, jovens foram à suas varandas ou jardins para mostrar e explicar seus desenhos aos fotógrafos da agência Reuters.

Reku Matsui, de 8 anos, em Tóquio, se desenhou entre seus avós, com os três sorrindo juntos.

"Eu sinto falta de estar com minha avó e meu avô. E também de ir para a casa da minha avó", disse ele.

Sua irmã mais velha Yaya, de 12 anos, fez um desenho dela e uma amiga. "O que eu mais quero agora é encontrar meus amigos".

Na cidade alemã de Bad Honnef, perto de Bonn, Tom, de 6 anos, explica: "Eu fiz um desenho da casa da minha avó e meu avô porquê sinto muita falta deles".

Além da saudade dos avós, as crianças também representam os esportes que elas sentem falta.

Ivan Posta, de 8 anos, e seu irmão Vince, de onze, que vivem em Budapeste, capital da Hungria, desenharam enormes bolas de futebol.

"Eu desenhei uma bola de futebol porque nós não podemos jogar futebol no jardim porque tem árvores e plantas por toda parte", disse Vince.

A milhares de quilômetros dali na cidade nigeriana de Lagos, Olatunji Adebayo, de 11 anos, também desenhou uma bola de futebol.

"Eu sinto falta dos jogos de futebol com meus amigos de antes do isolamento... Eu fico triste por causa do isolamento", ele falou.

Flores, florestas e espaços verdes também apareceram bastante.

Jane Hassebroek, que mora no Blooklyn, em Nova York, falou: "Eu decidi desenhar o parque do meu bairro porque é um local que eu e meus amigos nos encontramos além da escola e de casa e nos divertimos".

"Este isolamento fez eu me sentir muito preso porque eu moro em Nova York então é difícil manter o distanciamento social com tantas pessoas ao redor", acrescentou Jane, de 13 anos.

Sandithi Illeperuma tem 14 anos e mora em Colombo, capital do Sri Lanka.

Em seu desenho, uma menina se senta sozinha no canto inferior direito com o queixo apoiado no joelho utilizando uma máscara. Na topo, um grupo de figuras femininas dançam juntas, se divertindo.

"Antes do isolamento, eu costumava desenhar coisas divertidas e criativas. Mas depois do isolamento... Eu comecei a desenhar as coisas que eu mais sinto falta... Eu desenho minhas emoções. Ele fez eu me sentir muito sozinha porque eu sou filha única", ela acrescentou.

Algumas crianças atacaram o próprio coronavírus.

Nipoon Kitkrailard, de 10 anos, que vive na província tailandesa de Samut Prakan, desenhou o vírus como um monstro vindo invadir o mundo, mas medicos e itens como álcool em gel e máscaras segurando ele.

Na China, onde começou a epidemia do novo coronavírus, e onde o isolamento foi suspenso primeiro, a moradora de Pequim Li Congchen, de 11 anos, fez uma elaborada série de desenhos mostrando o vírus chegando em uma "aeronave de morcego", pessoas dispostas a dar suas vidas para enfrentá-lo e no final os seres humanos o derrotando com "armas de vacina."

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