Por Júlio Marcos Echeverria

Tragédia no trânsito, até quando?

Ao ler a matéria sobre o acidente de trânsito que vitimou uma criança de nossa cidade, na avenida Stefano Gonela, senti uma grande tristeza no coração.

Primeiramente, peço a Deus que dê forças para a família diante de tão duro golpe: perder um filho com apenas 08 anos, de forma tão inesperada e violenta. É de causar desespero. Somente Deus para atenuar a dor no coração dessa mãe. Meu filho estudou com ele e não consegue entender o que aconteceu com o coleguinha. Nessa semana ele também começou a frequentar uma escolinha de futebol. Queria ir sozinho até lá. Agora, não sei mais se vou deixar. Paira no ar o medo da violência no trânsito.

Em relação ao fato, após análise das fotos do acidente, algumas indagações me vieram à cabeça: como pode ocorrer um acidente num local tão tranquilo? Por quê um veículo tão grande circulava por rua tão apertada, próximo a entrada de uma creche? O motorista estava desatento e não viu que uma criança circulava de bicicleta e que iria passar por um carro estacionado?

Diante do ocorrido, vale lembrar que o Código de Trânsito estabelece uma ordem de responsabilidade pela segurança nas vias de circulação, onde os condutores dos veículos maiores são responsáveis pela segurança dos de menor porte. Assim, o condutor de um ônibus ou caminhão é responsável pela segurança de um automóvel e este pela segurança de um motoclista e assim por diante. Todos são responsáveis pela segurança dos pedestres.

Além disso, cada condutor deve deslocar-se em velocidade compatível com a segurança dos demais usuários da via pública, independente da velocidade permitida. Ou seja, deve estar sempre atento e zelar para um trânsito seguro.

O motorista de um veículo tão grande e pesado como uma carreta não pode se dar ao luxo de circular dentro da cidade sem ser, o tempo todo, extremamente cuidadoso. Deve estar atento com tudo o que acontece a sua volta. Só assim poderá agir preventivamente para evitar um acidente.

Pela análise do fato, verifiquei que a criança foi atropelada ao lado de um veículo parado e longe de um cruzamento. Não vejo outra situação a não ser de que o menino seguia à frente da carreta e ao passar pelo Gol estacionado, foi colhido pela carreta. A meu ver, o motorista deveria tomar todas as providências necessárias para segurar o seu veiculo e propiciar, assim, que a criança passasse com segurança pelo Gol estacionado.

Como expliquei antes, os veículos maiores devem zelar pela segurança dos menores. A velocidade deve ser a adequada para o motorista ter possibilidade de reagir a alguma situação de urgência. Urgência essa que deve ser evitada com a observância das regras de circulação. Nós motoristas é que devemos reduzir a velocidade quando percebemos crianças brincando nas ruas, quando um idoso vai atravessar a via, quando há sinalização de obras na rua, etc.

Quando estamos dirigindo e não prestamos a atenção necessária estamos contribuindo para a ocorrência de acidentes. E esses acidentes provocam mortes de pessoas inocentes, deixam grande dor nos familiares e, com certeza, aquela sensação de arrepedimento no motorista que deu causa no acidente, pois ele sabe que poderia ter impedido tanta dor se tivesse agido com um pouco mais de cuidado.

Como pai gostaria que nenhum outro acidente viesse a ocorrer nas ruas de nossa cidade. Como policial, gostaria que as pessoas seguissem mais as regras, fossem mais responsáveis. Ninguém merece ter um filho retirado, tão abruptamente, de sua convivência.

Nós, pais, desejamos ver nossos filhos crescendo felizes e saudaveis, sendo pessoas de bem. Se não imaginamos e nem aceitamos perdê-los mesmo quando estão doentes, imagine, então, quando então vendendo saúde e indo brincar de futebol.

Muito triste. Espero sinceramente, que veículos tão grandes e perigosos deixem de circular próximos a creches, escolas e áreas de lazer. Caso contrário será melhor deixar nossos filhos em frente ao vídeo game, mesmo que sedentarios. Que Deus dê forças aos pais do menino Murilo.

Comentários