ARTIGO

A lição de casa mais importante agora é preservar o emocional de todos

Foto: Reprodução Foto: Reprodução

As aulas presenciais nas escolas estão totalmente suspensas por tempo indeterminado e os alunos em casa, o COVID 19 mudou o ano letivo. Internamente a escola não parou, e muitas delas estão adotando o envio de atividades pedagógicas como exercícios e pesquisas para serem feitos em casa, muitos professores desenvolvendo vídeo aulas. A iniciativa é positiva, desde que não sobrecarregue as crianças, e que a responsabilidade pelo ensino não seja transferida para os pais.

A questão é, podemos exigir que as crianças do ensino básico e fundamental tenham que se dedicar a um ensino domiciliar, como um EAD? A realidade é que o ensino à distância não é para todos, já que este método não funciona para todas as faixas etárias, e nem todas as famílias dispõem de recursos para acompanhar as aulas on line, temos outra questão, é justo que crianças de escolas particulares tenham “vantagens” que crianças de escolas públicas não possuem, ou a pandemia vai ser mais um motivo para aumentar ainda mais a desigualdade social?

Enquanto enfrentamos uma pandemia mundial, saúde mental e emocional não deveriam ser mais importantes do que o cumprimento da carga horário escolar, determinada pela (LDB) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 800 horas anuais para a educação básica? Outra questão importantíssima, é preciso que os professores tenham treinamento para que seja realizado o ensino a distância, é preciso que as crianças tenham maturidade para que se cumpra em casa o conteúdo proposto nas plataformas on line, e é importante que as escolas saibam distinguir atividades pedagógicas remotas de EAD. 

E as mamães, muitas continuam saindo para trabalhar, outras trabalhando em casa, limpando, cozinhando, e ainda sendo cobradas para que tenham tempo, calma e serenidade para acompanhar os filhos no estudo on line durante horas seguidas.

As escolas tem autonomia pedagógica, agora os pais são “colaboradores” dos professores, por isso, é preciso que haja um diálogo maior entre à escola e a família, com respeito, tolerância e solidariedade. No caso de crianças com necessidades especiais, é preciso que os professores e coordenadores se atentem para o fato de que, ao enviar atividades para serem feitas em casa, estas precisam estar adaptadas, de acordo com as suas necessidades.     

É preciso ter bom senso, aprendizagem é afetividade, criança estressada não aprende, sobrecarregar professores, exigindo deles que dêem conta de fazer um serviço que não foram treinados para realizar, vai funcionar? Precisamos entender e aceitar o fato de que o ano letivo de 2020 foi contaminado pelo COVID 19, neste momento de maior teste pelo qual estamos passando como seres humanos, vamos ter que reforçar nossa capacidade de afeto e altruísmo para sobreviver saudáveis emocionalmente.     

*Psicopedagoga/Terapeuta - Equoterapia/Equitadora - denicaramori@hotmail.com

Comentários