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Bebê prematuro que esperava vaga de UTI morre em hospital

O bebê prematuro Arthur, que aguardava por uma vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal em Corumbá e que só conseguiu ser transferido na madrugado deste sábado, dia de janeiro, para Campo Grande, morreu neste domingo (21) na Maternidade Cândido Mariano, na Capital.

Com apenas 26 semanas de gestação, a criança sofreu duas paradas cardíacas na manhã de hoje e morreu. A mãe da criança, Edilaine Alves, já está retornando para Corumbá de ônibus. Ela está muito abalada por ter perdido o primeiro filho.

O site Campo Grande News noticiou a luta que o pequeno travou para sobreviver. Arthur estava inicialmente na maternidade da Santa Casa de Corumbá, que não possui uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.

A mãe, relatou que a família chegou ao Aeroporto Internacional de Campo Grande por volta da meia-noite e deu entrada na maternidade por volta da 1 horas da manhã de sábado (20).

Nascido com apenas 750 gramas, o bebê chegou a ter uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimado pela equipe médica. A urgência do seu estado exigiu a transferência em uma UTI aérea, equipada com suporte avançado.

A família reside em Ladário, cidade vizinha a Corumbá, onde não há maternidade. Deslocaram-se até a Santa Casa de Corumbá para o parto, no entanto, o bebê enfrentou complicações. O recém-nascido chegou a ter uma parada cardiorrespiratória enquanto aguardava o transporte para uma instituição em outra cidade, mas foi reanimado.

O processo transferência passou por um impasse. Em nota, a Santa Casa de Corumbá relata que foi solicitada uma vaga para Arthur ao Sistema de Regulação Estadual, que inicialmente autorizou a transferência para o hospital de Três Lagoas.

No entanto, os voos contratados pela Santa Casa estavam destinados a Campo Grande. Somente no final da manhã de sexta-feira (19), foi concedida uma vaga para a Maternidade Cândido Mariano na Capital.

Sem UTI - Embora seja uma das maiores cidades de Mato Grosso do Sul, Corumbá não possui UTI neonatal na rede pública. Isso obriga bebês que necessitam dessa assistência a serem transferidos para outras cidades. A cidade, classificada como macrorregião de saúde, enfrenta a carência desse serviço crucial.

A Prefeitura alega não haver previsão para a construção de uma unidade. "O que existe hoje é a reforma do Centro Obstétrico da Maternidade [da Santa Casa de Corumbá], que voltou para processo licitatório após desajuste com a empresa que tocava a obra", informou em nota. 

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