DOURADOS

Caminhoneiros resistem ao frio e protestos viram a madrugada com mínima de 10°C

Dezenas de caminhões estão parados em três pontos da BR-163 em Dourados - Crédito: Vinicios Araújo Dezenas de caminhões estão parados em três pontos da BR-163 em Dourados - Crédito: Vinicios Araújo

Há cerca de 20 horas de manifestação, caminhoneiros resistem ao frio da madrugada e mantém ponto da BR-163 em Dourados bloqueada para passagem de caminhões.

“Vale a pena o esforço. A gente não aguenta mais essa situação”, afirmou Paulo Cesar Vieira, de 50 anos. Há 32 anos nas estradas, o trabalhador decidiu somar forças no protesto dos caminhoneiros no Trevo da Bandeira em Dourados. 

O manifesto atinge rodovias em todo País em reação ao aumento do valor do óleo diesel nos postos de combustível. 

O Dourados News visitou o acampamento montado pelos motoristas no Trevo da Bandeira, na BR-163 em Dourados. Por lá o clima é de luta, e de acordo com manifestantes, os bloqueios seguem por tempo indeterminado. 

“Nós estamos fazendo rodízio de pessoal. Durante a madrugada ficaram umas 40 pessoas aqui. Até segunda ordem, caminhão nenhum vai passar” afirmou Paulo.

O caminhoneiro contou que durante a noite, alguns motoristas que trafegavam pela via tentaram passar, mas, após conversas, o protesto seguiu firme sem beneficiar nenhuma passagem.

Para enfrentar o frio, os manifestantes queimaram pneus e fizeram fogueiras em vários pontos do canteiro. Na manhã de hoje, os termômetros registraram temperatura mínima de 10°C.

Em apoio à manifestação, populares douradenses levaram alimentos e bebidas para os trabalhadores. “Trouxeram café, pão, manteiga, água, frutas. O povo sabe que o prejuízo não é só no nosso bolso e sim na população em geral”, relatou Paulo.

O motorista Cleber Borim, de 42 anos e há 20 nas estradas, é morador no Jardim Flórida e esteve no local firmando compromisso com os colegas manifestantes. Ele disse ao Dourados News que o meio de comunicação entre os caminhoneiros está sendo o whatsapp. Através do aplicativo eles se informam de furos de bloqueio e também sobre as movimentações em cada um dos pontos. 

Em Dourados, a interdição da rodovia segue em três locais: no Trevo da Bandeira, no trevo com a Avenida Coronel Ponciano e no Posto da Base. Estão passando apenas carros de passeio, ambulância, ônibus e caminhões com carga de animais vivos.

Os protestos acontecem em pelo menos 19 pontos das rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul, e pelo Brasil a situação é a mesma: rodovias fechadas para circulação de caminhões.

O motivo do protesto é contra o aumento dos preços do óleo diesel nos postos de combustível. O valor é composto em 28% de tributos federais e estaduais (PIS/Pasep, Cofins, Cide e ICMS), 6% pela adição de biodiesel, 5% pela margem bruta de distribuição e custo de transportes, 11% do lucro dos postos, além dos 49% destinado às refinarias. 

Nesta terça-feira (22), o Governo Federal anunciou zerar o Cide, o que resultaria num impacto de cerca de R$0,06 centavos por litro de diesel. 

 

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