Brasil

Frente Agropecuária pede a vice-presidente suspensão de demarcações de terras indígenas

Deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) foram recebidos nesta terça-feira (28) pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Após dois encontros com Temer em menos de duas semanas, a frente acredita que o governo vai suspender os processos de demarcação de terras indígenas no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, a exemplo do já havia sido anunciado pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em relação ao estado do Paraná.

Na avaliação do presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), a mudança de postura do Palácio do Planalto em relação à polêmica sobre os processos conduzidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai) demonstra que a pressão do setor produtivo surtiu efeito. “A gente espera que isso realmente se confirme. No entanto, nosso pedido foi para que a decisão valha para todo o Brasil”, acrescentou.

Goergen ainda relatou a Temer o risco iminente de conflito entre índios e os operários que trabalham na Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

Mobilização nacional

O parlamentar garante que o setor agropecuário vai continuar mobilizado e já prepara uma série de ações. Segundo informou, está prevista para 14 de junho uma mobilização nacional de produtores rurais contra a desapropriação de terras produtivas para fins de demarcação.

Já no dia 20 de junho, a Comissão de Integração Nacional vai ao Rio Grande do Sul discutir os polêmicos processos de demarcação das reservas de Mato Preto e Mato Castelhano.

Ainda há a previsão de uma missão parlamentar ao canteiro de obras de Belo Monte, esta ainda sem data definida.

Laudos da Funai

A disputa fundiária envolvendo terras indígenas ganhou repercussão nacional após as denúncias de fraudes sobre os laudos antropológicos produzidos pela Funai para justificar as demarcações.

“O avanço do órgão sobre propriedades altamente produtivas, terras dos mais variados tamanhos, cujos proprietários detêm títulos de posse seculares, só aumentou o sentimento de revolta no campo. É essa injustiça que pretendemos reverter”, explicou Goergen.

Agência Câmara Notícias

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