Brasil

General Heleno é convocado para depor sobre suposto esquema na Abin

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante todo o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), general Augusto Heleno, foi convocado nesta terça-feira, dia 30 de janeiro, para depor no inquérito que apura um suposto esquema de espionagem clandestina dentro da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a mando do então diretor da agência, Alexandre Ramagem. A intimação foi pela PF (Polícia Federal).

A Abin, na época, era subordinada à pasta que o general comandava.

O depoimento do general Heleno foi marcado para a próxima terça-feira, dia 06 de fevereiro, na sede da PF, em Brasília. Ele irá depor para a equipe que conduz o atual inquérito.

A investigação busca esclarecer se Heleno tinha conhecimento das supostas ilegalidades cometidas supostamente por Ramagem na Abin e quem eram os destinatários dos produtos e relatórios produzidos. O general era o chefe na cadeia hierárquica.

Segundo fontes da PF, existem indicativos no inquérito, ainda em sigilo, que demonstrariam que o general Heleno tinha ciência e fomentava essas supostas ações ilegais de espionagem.

Abin paralela

A operação desta segunda (29) é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, foi alvo de buscas. Na ocasião, foram apreendidos com eles 6 celulares e 2 notebooks – inclusive um pertencente à Abin.

Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Segundo a decisão, Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Entre os alvos estavam autoridades e desafetos, como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia –nesta segunda (29), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ao blog que iria pedir ao STF a lista de parlamentares que foram monitorados pela Abin – e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias (inclusive Adriano da Nóbrega e homenageado por Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente) e as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

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