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Lagarta começou a ganhar expressão em lavouras de soja

Praga pode trazer alto índice de desfolha às variedades IPRO, hoje adotadas quase unanimemente pelo sojicultor do oeste baiano - Crédito: Canal Rural/Reprodução Praga pode trazer alto índice de desfolha às variedades IPRO, hoje adotadas quase unanimemente pelo sojicultor do oeste baiano - Crédito: Canal Rural/Reprodução

A lagarta Rachiplusia nu “acendeu a luz amarela” nas lavouras de soja do oeste da Bahia. Essa é a constatação do engenheiro agrônomo Luis Kasuya.

“Ela não tomou proporção na safra, mas já começamos a alertar sobre possíveis avanços da praga. O produtor tem de estar atento e monitorar sua lavoura de soja IPRO ou convencional”, diz. Segundo ele, a IPRO conta com recomendação em bula somente para Chrysodeixis includens (falsa-medideira).

Conforme o pesquisador e consultor, em 2022 a Kasuya Consultoria, a qual preside, fez uma aplicação estratégica de inseticida em alguns talhões, em virtude da presença da Rachiplusia nu, numa área da oleaginosa na Bahia monitorada pela empresa.

“A lagarta pode trazer alto índice de desfolha às variedades IPRO, hoje adotadas quase unanimemente pelo sojicultor do oeste baiano. A Rachiplusia nu tende a se tornar um problema”, afirma Kasuya.

Importância do MIP
Para o pesquisador, tanto para manejo da Rachiplusia nu como de outras lagartas, “a exemplo da Spodoptera frugiperda”, o produtor e seus consultores devem avaliar, antecipadamente, quais biotecnologias adotar.

“Essa medida é muito importante. Enfatizemos: o monitoramento integrado de pragas, o MIP, é essencial, indispensável nos dias de hoje.”

No mês passado, por sinal, várias consultorias atuantes na fronteira agrícola, entre estas Agrotec, Assist e Desafios Agro, também reportaram registros de presença e pressão da Rachiplusia nu, principalmente em lavouras dos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Paraná.

Lagarta desfolhadora
Kasuya enfatiza que a Rachiplusia nu pode voltar a ganhar relevância na relação de pragas potencialmente danosas à sojicultura brasileira. “Se ela entrar na lavoura na fase vegetativa, será fácil controlar, porque a cultura fica exposta”, afirma.

Entretanto, complementa, “se aparecer na reprodutiva, quando a soja ‘fechou’, a praga se deslocará ao meio e haverá necessidade de mudar a estratégia, inclusive a tecnologia de aplicação”.

O consultor esclarece, ainda, que por se tratar de uma lagarta com ação desfolhadora, é fundamental evitar perdas foliares na cultura.

“Variedades mais modernas de soja têm baixo índice de área foliar (IAF). Frente a isso, recomendamos preservar a área foliar das plantas, bem como manter elevadas as taxas fotossintética e da massa de mil grãos (MMS). Tais fatores interferem positivamente na produtividade de lavouras”, conclui.

Atualmente, a AgBiTech Brasil trabalha no desenvolvimento de uma solução à base de baculovírus, específica para controle da lagarta Rachiplusia nu.
 

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