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Preço do frango cai 9% em um ano e deve ficar ainda mais barato

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Em queda desde o início de 2017, o preço do frango deve cair ainda mais no curto prazo no mercado nacional. O motivo é o embargo da União Europeia a 20 frigoríficos brasileiros, que desde quarta-feira (16) estão proibidos de vender cortes de frango ao bloco.

Com a proibição, a oferta do produto será maior no mercado interno no curto prazo, o que vai reduzir o preço por aqui.

"A solução imediata é que o mercado interno consuma [o excedente que seria vendido ao exterior], e com isso o preço cai ainda mais. É melhor reduzir a margem de lucro do que ter perda financeira", diz o economista Frederico Martini, professor do Ibmec-BH. 

O veto ao frango brasileiro começou em março de 2017, logo após a Polícia Federal deflagrar a primeira fase da operação Carne Fraca, que investiga fraudes no controle sanitário de frigoríficos brasileiros. Desde então as vendas para o mercado externo diminuíram, aumentando os estoques no Brasil e puxando os preços para baixo.

"Isso também impacta outros tipos de carnes porque gera concorrência", avalia o economista Sandro Maskio, professor da Universidade Metodista de São Paulo.

Nos últimos 12 meses (de maio de 2017 a abril de 2018), o frango inteiro ficou 9,27% mais barato, enquanto o frango em pedaços caiu 8,12%, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação brasileira calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No mesmo período, as carnes (que incluem porco, cordeiro e, principalmente, cortes bovinos) recuaram 3%. Os peixes caíram 1,52%.

Em volume, as exportações de frango cresceram ininterruptamente entre 2005 e 2016, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), quando atingiu 4,38 milhões de toneladas, mas caiu 1,4% em 2017, para 4,2 milhões de toneladas.

Em resultados financeiros, as exportações de frango atingiram o pico entre 2011 e 2014, com média de US$ 8 bilhões vendidos em cada um dos anos. Em 2016, o montante exportado caiu para US$ 6,8 bilhões, recuperando 5,7% no ano passado, para US$ 7,236 bilhões em receitas.

 

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