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Senado deve debater realização de carnaval em 2022

Plenário do Senado Federal. (Foto: Agência Senado) Plenário do Senado Federal. (Foto: Agência Senado)

Política

Requerimento pede que médicos e autoridades de saúde analisem a possibilidade mesmo com pandemia

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) protocolou requerimento para que o Senado Federal debata com especialistas, autoridades da saúde e gestores municipais e estaduais, medidas de segurança sanitária para o carnaval do próximo ano. O pedido foi apresentado à Secretaria-Geral da Mesa Diretora.

Nesta sexta-feira (26), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou nota técnica recomendando que o governo brasileiro adote medidas de restrições para voos e viajantes vindos de parte da África, em decorrência da identificação de nova variante do coronavírus, chamada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de omicron.

“Esse alerta nos traz mais preocupações diante do anúncio feito em alguns estados brasileiros, onde autoridades confirmaram a retomada das festas carnavalescas. Não há informações sobre quais protocolos serão aplicados e possíveis exigências”, declarou Nelsinho.

A OMS alertou, no último dia 4, que o ritmo atual de transmissão do coronavírus na Europa é muito preocupante e pode causar mais meio milhão de mortes no continente até fevereiro. O número de novos casos por dia está em alta há quase seis semanas consecutivas no continente e o número de mortes diárias também continua a subir há sete semanas. Alguns cientistas atribuem essa nova curva à infecção de pessoas não vacinadas. Este aumento é determinado, principalmente, pelos números de Rússia, Ucrânia e Romênia.

“A Europa é de novo o epicentro da pandemia, segundo a OMS. Em média, são 250 mil novos casos e 3.600 óbitos por dia. Até em Portugal, onde a população total vacinada representa 87%, o governo cogita novas medidas de segurança. Há ainda a preocupação com novas variantes e o Brasil é prova disso”, alerta o senador, relembrando o que ocorreu no caso da variante gama.

“O trânsito internacional, agora, gradativamente retomado, implicará novos impactos epidemiológicos, principalmente nos eventos de massa. Com a atual situação da pandemia, a pergunta central do debate que propomos é: o nosso país está preparado para abertura das festas de carnaval?”, questionou.

Se aprovado, o debate deve ter como convidados representantes do Ministério da Saúde; da Anvisa; da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz); da Sociedade Brasileira de Infectologia; dos conselhos nacionais de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e de Secretários de Saúde (Conass); e da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), entre outros órgãos.

Também pode ser chamado para a sessão o  médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Gonzalo Vecina Neto. “A sociedade precisa saber se cidades e estados brasileiros reúnem condições adequadas para realizar as festas de carnaval com segurança e quais medidas estão sendo planejadas nas políticas de controle sanitário, incluindo a saúde do viajante”, finalizou Nelsinho.

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