Saúde

Criança nasce com microcefalia em MS e relação com zika vírus será investigada

Um bebê nasceu com microcefalia, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, após a mãe ter apresentado os sintomas da doença zika vírus antes do parto. O caso chegou ao conhecimento da vigilância epidemiológica da cidade na manhã desta sexta-feira (20) e ainda não há detalhes.

As informações foram apuradas pelo site Dourados News. A mãe da criança fez uma viagem a Roraima e ao retornar teve os sintomas parecidos com a doença. A notificação à vigilância epidemiológica foi feita por um consultório particular e o coordenador do órgão deve se inteirar do caso ainda nesta sexta.

A doença provocada pelo zika vírus é transmitida pelo mosquito Aedes Aegipty, e tem sintomas parecidos com a dengue, vem sendo investigada após vários casos de bebês nascerem com microcefalia no nordeste.

Zika vírus e Microcefalia

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse em entrevista na terça-feira (17), que atualmente existe uma forte relação entre a circulação do zika vírus e a ocorrência de casos de microcefalia em alguns estados do Nordeste. De acordo com ele, resultados de exames feitos em dois fetos com microcefalia mostraram que as gestantes foram infectadas pelo zika.

“São duas gestantes com vírus zika no líquido amniótico cujas crianças têm microcefalia. Isso nos aponta fortemente para a correlação entre as duas coisas. Mas não permite ainda descartar completamente outras possíveis causas. Não vamos afirmar ainda, com certeza absoluta, que a causa é o vírus zika”, afirmou Cláudio Maierovitch.

Segundo ele, os testes foram feitos por anminiocentese, quando o líquido amniótico é retirado do abdome da mãe. Cláudio Maierovitch informou ainda que esses testes não são feitos rotineiramente por apresentarem riscos. Outras possíveis causas, de acordo com o diretor, seguirão sendo pesquisadas. O zika vírus é transmitido pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti.

O especialista disse também que o vírus tem uma particularidade, que é a de que 80% dos infectados não apresentarem sintomas. Dessa forma, de acordo com Maierovitch, é impossível estimar a magnitude do problema. “Não temos a dimensão de quantas mulheres tiveram zika vírus durante a gestação”, disse.

Foram registrados no primeiro semestre deste ano casos de zika em 14 estados: Rondônia, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Paraná.

Sobre as gestantes e suas famílias, Cláudio Maierovitch reiterou as orientações do Ministério da Sapude para que façam exames pré-natal, evitem álcool e drogas, não usem medicamentos sem orientação médica e se protejam de mosquitos, usando calça e camisa de manga comprida e repelentes. Além disso, que adotem medidas que evitem a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, retirando recipientes que tenham água parada e cobrindo adequadamente locais de armazenamento como cisternas e caixas d'água.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis afirmou que não há tratamentos específicos para os casos detectados de zika. Assim como ocorre com a dengue, são aplicadas medidas de suporte, mas que não encurtam a duração da doença.

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