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Índios invadem fazenda e atropelam moradores em Iguatemi

Um grupo de indígenas armados com pedaços de madeira e facões invadiu uma propriedade rural e expulsaram o caseiro e a família, na tarde dessa segunda-feira, 5 de agosto, em Iguatemi, região Cone Sul do Estado, em Mato Grosso do Sul.

Segundo a proprietária da Fazenda Cambará, situada a cerca de 20 quilômetros da cidade, em Iguatemi, os índios teriam chegado à sede da fazenda por volta das 15h, cercado a sede da propriedade rural e, agindo com ameaças e pressão psicológica, obrigando o caseiro, sua esposa e dois filhos menores a deixar a casa com a roupa do corpo.

Segundo a dona da fazenda, os indígenas ainda teriam ameaçado depredar o carro do funcionário, mas acabaram desistindo após o caseiro implorar por várias vezes, dizendo que o carro era seu bem particular e não tinha nada a ver com a fazenda.

A produtora rural, que reside em Amambai, atua no ramo de pecuária e há dois anos vem acumulando prejuízos com a questão indígena, desde que um grupo invadiu a própria Fazenda Cambará e permanece ocupando parte da propriedade procurou a Delegacia de Polícia Civil de Amambai no início na noite dessa segunda-feira e registrou um Boletim de Ocorrência relatando a invasão.

Antes de registrar o BO, a produtora rural procurou policiais federais e a membros da Força Nacional de Segurança, mas, segundo ela, as duas forças, que na região Cone Sul de Mato Grosso do Sul, por determinação do Governo Federal, tem a incumbência de proteger autores de crimes de invasão de terras privadas, teriam relatado, em primeiro momento, que somente nesta terça-feira, dia 6 poderiam adotar alguma iniciativa em relação à questão.

O posicionamento foi revisto e ainda na noite dessa segunda-feira, uma equipe da PF acabou se deslocando até a propriedade. Segundo a comissão de assuntos fundiários da Famasul (Federação da Agrucultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), ao visitar a propriedade a Polícia Federal teria constatado que os indígenas já haviam deixado a sede da fazenda.

Segundo a dona da fazenda, a preocupação eram em relação aos estragos que os invasores poderiam ter provocar na sede da propriedade.

“O caseiro foi obrigado a abandonar a própria casa e a sede da fazenda às pressas, deixando todos seus pertences para trás. O temor era que a sede da fazenda fosse saqueada ou até mesmo queimada, como já ocorreram em outras invasões dessa natureza aqui no Estado”, disse a produtora rural.

Segundo ela, a ação dos indígenas, em invadir a sede da fazenda pode estar relacionada a uma decisão da Justiça prevista inicialmente para sair nessa segunda-feira, 5 de agosto, sobre a permanência ou não dos índios invasores na área que já ocupam dentro da propriedade rural.

A fazenda tem parte reivindicada pelos guarani-kaiowá sob alegação de se tratar de terra tradicional indígena.

Descaso espanta investimentos e provoca insegurança

O descaso do Governo Federal em buscar uma solução definitiva para a questão e a morosidade da Justiça no julgamento dos processos relacionados às invasões de terras privadas e legalmente documentadas, mas que acabam invadidas e, por determinação da própria Justiça, permanecem nas mãos dos invasores, tem espantado investimento e desestimulado a produção agropecuária, principal fonte da economia e geradora de empregos na região.

A falta de ações concretas por parte das autoridades competentes em resolver a questão também tem provocado insegurança e inclusive gerado conflitos com mortes no campo no Cone Sul do Estado em Mato Grosso do Sul.

do Gazeta News

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