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Em época de Pequi, moradores da região fazem do fruto uma forma de renda extra

Vendedores de Pequi na região central /  Foto: Cristiano Arruda Vendedores de Pequi na região central /  Foto: Cristiano Arruda

Você já deve ter visto na beira da estrada, ou até mesmo dentro das cidades de Aquidauana e região, aquelas pessoas vendendo um fruto alaranjado dentro de um saco transparente. Você sabe o que é aquilo?

Esse fruto é conhecido por muitos como Pequi, também chamado de piqui, piquiá e pequiá. É uma árvore da família das cariocaráceas nativa do cerrado brasileiro. Pode ser encontrado em quase toda a Região Centro-Oeste do Brasil, como nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, São Paulo e Tocantins. Em alguns lugares na Bolívia também pode-se encontrar o fruto. 

Na nossa região esse fruto pode ser encontrado de janeiro até meados de março, com isso, assim, vai ser comum encontrar muita gente nas ruas vendendo essa fruta que é aproveitada na culinária de diversas maneiras.

Na BR 262, encontramos a dona Eliane Lobato dos Santos , tímida, a pensionista que mora em Camisão disse trabalhar com o Pequi há mais de 18 anos e que toda vez na época do fruto ela sempre vai para a rodovia, ganhar um renda extra, "Eu vendo aqui na estrada desde que meu filho era pequeno, na época a gente catava a fruta e vinha vender aqui na estrada no mesmo dia, hoje não mais, catamos, preparamos a fruta e depois a gente vem pra cá, naquela época não tinha luz para conservar na geladeira.", conta a vendedora que diz tirar mais de R$ 200,00 reais por dia em épocas boas, com a ajuda da família.

Há aqueles que amam, assim como outros que odeiam o Pequi, ele carrega em si uma contradição da delicadeza das flores e da brutalidade dos espinhos. Muito cuidado você não conhece o fruto, mas tem vontade de experimentar, uma mordida em falso e haverá sérias consequências. 

O Pequi tem geralmente de 1 a 2 sementes, e possuí espinhos, por isso, é preciso tomar muito cuidado quando for comer o Pequi para não ficar com a boca parencendo uma "boca espinho".

Em Aquidauana você consegue encontrar diversas pessoas que vendem a fruta, ou para ganhar um extra, ou para a própria sobrevivência. 

Em giro pela cidade, encontramos o seu Juvenil dos Santos, ele tem 60 anos e contou pra gente que colhe o fruto de uma aldeia próxima a região para vender na cidade, "eu faço a colheita do Pequi na Aldeia Córrego Seco, colho o fruto hoje, tiro a casca preparo ele e em cada saquinho eu coloco cerca de 30 unidades e vendo por R$ 5,00 reais cada.", afirmou o comerciante e morador de Aquidauana que diz fazer questão de estar no mesmo local todos os anos vendendo o produto. 

De acordo com estudos de Universidades, o Pequi tem benefícios importantes para a saúde humana. Na Universidade de São Paulo (USP), pesquisas conseguiram provar que a fruta pode prevenir o Câncer, já na UnB (Universidade de Brasília), um estudo já identificou propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias no óleo extraído do pequi. 

Além disso, o mesmo ainda faz parte das tradições, como alimentação das comunidades rurais. Os pratos típicos são preparados com a polpa, que tem sabor e cheiro exclusivamente peculiares, servindo de base para a cultura alimentar de várias regiões brasileiras e compondo receitas tradicionais, como arroz com pequi, galinhada, doces, licores e até sorvetes.

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