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Ameaças de Trump tornam ataque aos EUA inevitável, diz ministro norte-coreano

Em meio à escalada de tensão e troca de ameaças entre o presidente americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un, o ministro do Exterior da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, não poupou críticas ao chefe de Estado americano em seu discurso na 72ª Assembleia da Organização das Nações Unidas em Washington. Ri afirmou que o republicano pagará caro por seu discurso esta semana na conferência internacional, no qual ameaçou aniquilar a Coreia do Norte. Ele afirmou que os insultos a Kim e à Coreia do Norte tornam "visita de nosso míssil ao território inteiro dos Estados Unidos ainda mais inevitável".

Caso vidas sejam perdidas nos Estados Unidos, será por sua culpa, por culpa dessa missão suicida de Trump — ameaçou Ri. — A Coreia do Norte é um Estado nuclear responsável, mas adotaremos medidas preventivas necessárias e implacáveis (...) se os Estados Unidos e seus vassalos quiserem avançar (com ataques contra o país).

Ri defendeu que as pressões internacionais, exercidas através de sanções contra a Coreia do Norte, não farão Pyongyang interromper o desenvolvimento de seu programa nuclear:

— Estamos agora apenas a alguns passos de completar nossa capacidade nuclear. É absurdo pensar que nosso país vai desviar um milímetro de seu rumo por mais restritas que sejam as sanções que nos impõem.

Em seu primeiro discurso na ONU, Trump ameaçou destruir totalmente a Coreia do Norte, e chamou o líder norte-coreano de "homem-foguete" que tenta implementar uma "missão suicida".

— Devido a sua falta de conhecimento comum básico e sentimento adequado, ele tentou insultar a dignidade suprema do meu país ao se referir (a Kim Jong-un) como um foguete — afirmou Ri. — Ninguém, além de Trump, está numa missão suicida.

Ri insultou o presidente americano, chamando-o de "mentalmente perturbado e cheio de megalomania". O ministro norte-coreano disse que Trump impõe uma ameaça à segurança internacional.

Segundo Ri, os comentários do republicano contrários ao regime norte-coreano "mancharam" a ONU, disse o ministro, que sustentou que Trump pagará caro. Segundo ele, Trump tem intenção de transformar a ONU em um "ninho de gângsters" onde o "derramamento de sangue é a ordem do dia".

— Trump pode não estar ciente do que é proferido de sua boca — afirmou Ri, acrescentando que o regime norte-coreano vai se certificar de que ele pagará pelo que diz.

O discurso de Ri na ONU começou pouco depois do Pentágono anunciar que aviões militares dos Estados Unidos, escoltados por jatos de combate, sobrevoaram o espaço aéreo internacional sobre as águas a Leste da Coreia do Norte, em uma demonstração de força, que mostra a variedade de opções militares disponíveis ao presidente Donald Trump.

Suspeita de teste nuclear na coreia

Mais cedo, a China identificou um tremor de magnitude 3,4 na Coreia do Norte, o que levantou suspeitas iniciais de um possível novo teste nuclear do regime do líder Kim Jong-un. De acordo com Centro Nacional de Terremotos da China (Cenc), o epicentro do sismo foi praticamente o mesmo que o do tremor de 3 de setembro, provocado pelo sexto teste nuclear norte-coreano — o mais poderoso até agora.

Apesar das suspeitas, a Coreia do Sul e, posteriormente a China, afirmaram que o tremor pode ser sido originado por causas naturais. O serviço meterológico do país classificou o abalo com magnitude 3,0. Após o abalo, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês) anunciou que está investigando as causas da explosão.

Todos os testes nucleares realizados anteriormente pela Coreia do Norte foram classificados com magnitiude superior a 4,3. No último ensaio, realizado no dia 3 de setembro, o abalo sísmico alcançou magnitude 6,3. Na ocasião, a Coreia do Norte afirmou que estava testando uma bomba de hidrogênio.O Ministério de Relações Exteriores da China ainda não se manifestou sobre o tremor, mas a notícia foi amplamente veiculada pelas agências estatais do país.

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