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Professora dá exemplo de solidariedade e cuida de bebê que teve família inteira infectada pela Covid

Luciana dá aula para o irmão mais velho de Neysel. Com todos da família infectados com o novo coronavírus, o bebê não tinha com quem ficar.

No dia primeiro de abril, o telefone da professora Luciana tocou. Ela sabia que Zully, que é da Guatemala e mora há menos de um ano nos Estados Unidos, estava com a Covid-19. E tinha avisado a essa mãe de aluno pra ligar, se precisasse.

A Zully estava grávida e fez uma cesariana de emergência no Hospital de Stamford. O bebê nasceu sem o coronavírus, mas a mãe ficou entre a vida e a morte.

Cinco dias depois de nascer, Neysel teve alta. Não podia ficar mais na maternidade. O pai do bebê, que estava com suspeita da doença, não podia chegar perto do filho. Ainda precisava fazer o teste, mas corria muito risco de estar contaminado.

Luciana trouxe o bebê pra casa e dois dias depois do pai fazer o exame de Covid, o resultado deu positivo. O Júnior, aluno dela de sete anos, fez o exame também e deu positivo.

Depois de 20 dias em coma, a mãe de Neysel voltou pra casa. Zully ainda está fraca e caminha com dificuldade. Mas já sonha em ficar totalmente curada e finalmente poder pegar o filho nos braços.

Ela só conhece o filho por foto e pela internet. E fala com a Luciana todos os dias pelo vídeo do celular.

Na imprensa e nas redes sociais, muita gente considerou o gesto de Luciana heroico. Mas ela responde: "Eu sou só a professora".

A festa de um mês de vida do Neysel, no sábado (2), foi assim: com bolo doado por desconhecidos, muito amor e família reunida. Pra Zully, pro Marvin e pro Júnior, a comemoração ainda é à distância. Eles ainda não foram liberados pelos médicos. E como a Zully continua muito debilitada, não dá pra prever quando o bebezinho vai pra casa. Mas o que não falta é motivo para celebrar: o Neysel já ganhou o dobro de peso do esperado. E se a família não conhecia ninguém... agora ela envolve toda uma comunidade.

E a professora deixa um recado importante: “Tenha coragem ajude com o pouco que você tem. O que pra você é pouco, pro outro pode ser muito. Pode ser o suficiente. Pode ser tudo o que eles estão precisando pra passar aquele dia”, diz.

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