OPERAÇÃO OIKETICUS

Ex-diretor do DOF preso em operação chegou a citar ‘de seis a sete pontos’ usados por contrabandistas em MS

Haddad comandou o DOF entre 2017 e 2019 - Crédito: Divulgação/Arquivo Haddad comandou o DOF entre 2017 e 2019 - Crédito: Divulgação/Arquivo

Haddad e mais seis oficiais superiores do alto comando da Polícia Militar – entre eles o comandante da PM de Dourados, tenente-coronel Carlos Silva -, foram alvos da ação desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e a Corregedoria da Polícia Militar. 

Eles são suspeitos de fazer parte de grupo acusado de facilitar a entrada de contrabandistas de cigarros do Paraguai no Estado em troca de recebimento de propina. 

Na ocasião, além dos cigarros, os policiais apreenderam R$ 32.950 em espécie no interior dos caminhões. 

A suspeita era que o uso do dinheiro poderia ter ligação com esquema de cobrança por parte de servidores lotados em órgãos de segurança pública no trajeto até os grandes centros, porém, naquela ocasião, Haddad acreditava ser precoce falar sobre o assunto.

Haddad ficou à frente do Departamento entre março de 2017 e abril de 2019. Atualmente ele ocupa cargo de Superintendente de Segurança Pública em Mato Grosso do Sul. 

Avalanche

Operação Avalanche desencadeada na manhã de sexta-feira (15/5) em Dourados e cinco cidades do Estado, cumpriu, além dos sete mandados de prisão preventiva contra integrantes do alto escalão da Polícia Militar, outras 13 determinações judiciais de busca e apreensão. 

De acordo com o Ministério Público Estadual, na operação são apurados vários crimes, entre eles o de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os mandados foram cumpridos em Dourados, Campo Grande, Sidrolândia, Coxim, Naviraí e Aquidauana. 

Além do ex-comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), coronel Kleber Haddad Lane, o tenente-coronel Carlos Silva do 3º Batalhão PM de Dourados, o tenente coronel Wesley Freitas Araújo, de Naviraí, major Luiz César de Souza Herculano, de Coxim, tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, tenente-coronel da PM em Sidrolândia, Erivaldo José Duarte Alves e o tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima, foram os outros alvos da ação.

Oiketicus

A Operação Oiketicus foi deflagrada pela primeira vez no dia 16 de maio de 2018 e apura suspeita de pagamento de propinas a policiais que facilitavam o tráfego de veículos com cigarros contrabandeados pelas rodovias de Mato Grosso do Sul.

Os valores desembolsados pelos criminosos aos servidores corruptos variavam de acordo com o cargo ocupado por eles. 

O nome da operação faz alusão às lagartas desta espécie que constroem uma estrutura com seda e fragmentos vegetais, com o formato semelhante a um “cigarro” alongado, e serve para a sua proteção. 

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