CAPITAL

Outros 2 guardas municipais são presos em investigação sobre arsenal

Arsenal foi descoberto no domingo, em operação que fechou rua do Monte Líbano. - Crédito: (Divulgação) Arsenal foi descoberto no domingo, em operação que fechou rua do Monte Líbano. - Crédito: (Divulgação)

O Garras (Grupo Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros) prendeu mais dois guardas municipais durante a investigação que resultou na descoberta de um arsenal no Jardim Monte Líbano, região central de Campo Grande. As detenções ocorreram na noite de quarta-feira (22), sob acusação de obstrução da Justiça, já que a dupla estaria ameaçando testemunhas.

Informações extraoficiais ainda apontam para uma terceira prisão, envolvendo um motorista, que ainda não foi confirmada pelas autoridades.

A detenção dois servidores municipais foi confirmada pela GCM (Guarda Civil Municipal) em nota, na qual confirmou que a dupla será submetida a procedimento administrativo interno –que, em caso de condenação, prevê penas que vão desde advertência até o desligamento da corporação– e criminalmente. No comunicado, a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) reforçou que o caso foi submetido à Corregedoria.

Quanto ao guarda municipal Marcelo Rios, preso no domingo (19) sob suspeita de ter ligação com o arsenal, foi informada abertura de procedimento administrativo disciplinar e afastamento preventivo do mesmo para apuração dos fatos e sua extensão, “haja vista que ambos os servidores da GCM foram autuados pelo próprio crime de obstrução de Justiça que consiste em impedir ou, de qualquer forma, embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.

Detalhes do procedimento investigatório também serão repassados à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e à Corregedoria da Polícia Civil, “haja vista existir indícios de participação de policiais civis e militares na referida organização criminosa”, alegação baseada em relatos ouvidos no registro da ocorrência principal.

A outra prisão envolveria um motorista, também na noite de quarta-feira, que teria ligação com um contratante de Marcelo em “bico” realizado fora da atividade de guarda municipal.

Arsenal

Uma operação do Garras com o apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, foram encontrados em uma casa na Rua José Luiz Pereira dois fuzis AK-47 calibre 76, quatro fuzis calibre 556, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 22, 17 pistolas, um revólver calibre 357 e várias munições (15 de calibre 762, 392 com calibre 762/39 para AK-47, 152 de calibre 556, 115 de calibre 12, 539 munições de calibre 9 mm, 37 de calibre .40 e 12 calibre 45), além de silenciadores, lunetas e bloqueadores de sinal eletromagnético, capaz de conter o sinal das tornozeleiras eletrônicas. As armas estavam municiadas e prontas para uso.

Marcelo passou por audiência de custódia na manhã de terça-feira (21), quando teve a prisão preventiva decretada por posse ou porte de arma de uso restrito e receptação. Guarda municipal, ele trabalhava também como segurança particular de um empresário, e seria responsável por transportar as armas supostamente usadas em três execuções.

A mulher do suspeito, que também é guarda municipal, disse que Marcelo trabalhava como segurança particular e motorista em horários de folga. Eles estavam em Bonito, viagem interrompida diante de uma mensagem apontando “trabalho”. Ele foi preso na manhã de domingo no Jardim São Bento.

Quanto a casa, a mulher contou ter conversado com o marido sobre a possibilidade de comprar um imóvel na região do Monte Líbano. Eles teriam frequentado a propriedade por cerca de seis meses para churrascos ou para usar a piscina, alegando tanto que cuidava dela para o dono ou que arrumava as coisas para se mudar para lá. Ao ser preso, Marcelo não esclareceu sua ligação com a propriedade.

As armas teriam sido deixadas no local por uma terceira pessoa. Os AK-47 têm o mesmo calibre das armas usadas em três execuções na Capital –do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o subtenente Ilson Martins Figueiredo, de Orlando Silva Fernandes, o “Bomba”, e de Matheus Coutinho Xavier, filho de um capitão reformado da Polícia Militar. O armamento passará por comparação balística para confirmar se foram usadas em crimes.

Com informações do site Campo Grande News.

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