ATENÇÃO

Pedido de carona por parte de estudantes é arriscado, diz polícia

Na semana passada, uma estudante por pouco conseguiu escapar de uma situação, no mínimo, muito perigosa. Um boletim de ocorrência foi registrado no 1º Distrito Policial por crime de ‘importunação ao pudor’, depois que a jovem que não teve nome nem idade divulgados, mas é estudante da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), acabou rendida por um motociclista que havia dado carona a ela na avenida Guaicurus.

Segundo a polícia, a moça pediu carona para chegar até a universidade, mas foi surpreendida quando no meio do caminho o homem que não foi identificado desviou do trajeto. Ao perceber a situação, ela pulou da moto e pediu ajuda depois que o suspeito ainda tentou perseguir ela com uma faca.

Conforme o delegado regional da Polícia Civil de Dourados, Antônio Carlos Videira, este tipo de situação não têm registros recorrentes, porém, não significa que o risco não exista.

“Ali na região da Cidade Universitária, e também do Parque Alvorada onde também têm universidades, é bastante comum a prática de pedir carona. Esta moça deste caso recente teve sorte de algo mais grave não ter acontecido. As pessoas têm pressa para chegar ao seu destino e acabam deixando de tomar cuidados como não entrar em carro ou subir na garupa de quem não conhece. E o alvo principal são as mulheres”, explicou o delegado.

A estudante da UFGD Emanoelle Marques de Oliveira, 25, cursa o 5º ano do curso de Ciências Contábeis, e mora no Jardim Maracanã. Ela diz que, apesar de já ter precisado, nunca pegou carona com estranhos e sempre toma cuidado. “Eu vejo várias pessoas pegando carona com estranhos, mas nunca fiz isso porque tenho medo. Sempre que pego, é com um colega de curso que é meu vizinho. Acho muito arriscado sair entrando no carro de qualquer um, prefiro não correr o risco”, disse Emanoelle.

Acadêmica do 3º ano do curso de Publicidade e Marketing da Unigran, Amanda Brito, 19, também prefere não se arriscar. A acadêmica mora em Montese, distrito de Itaporã, e todos os dias vai a faculdade em um ônibus intermunicipal. “Vejo um monte de gente pegar carona, mas apesar de ter dia que eu sai mais cedo ou tarde, e não tive como pegar o ônibus, nunca fiz isso. É um tiro no escuro realmente, e não acho uma boa ideia”, disse Amanda.

Campanhas de conscientização

A reportagem do Dourados News fez contato com a assessoria da UFGD e da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), já que, conforme a polícia, o maior volume de estudantes que acabam fazendo uso da carona são destas duas universidades.

Conforme a assessoria de comunicação da Uems, a instituição aborda o assunto todos os anos, durante as atividades do Proinca (Projeto de Inclusão do Calouro), já que muitos acadêmicos utilizam-se da carona para economizar o passe do transporte público.

A universidade, inclusive, já teria tentado desenvolver junto à Agetran (Agência Municipal de Trânsito) um projeto de ‘carona solidária’ no campus, em uma ação conjugada voltada a quem pega, e também a quem dá carona.

Além disso, ainda segundo a assessoria, a Uems entende que a carona é uma modalidade que desonera o aluno, que diminui o fluxo de veículos, e que é uma ação viável desde que seja praticada com responsabilidade, ou seja, que o aluno não se coloque em risco aceitando a oferta de desconhecidos.

Até a publicação desta reportagem, a assessoria da UFGD – que foi procurada ontem - não havia dado retorno sobre o tema ao Dourados News.

do Dourados News

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