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Deputados argentinos aprovam legalização do aborto

Em votação acirrada, a Câmara dos Deputados decidiu pela descriminalização do aborto até a 14ª semana de gestação. Agora, projeto vai ao Senado

Na Irlanda, a descriminalização do aborto foi aprovada no mês passado (Foto: Jack Taylor/Getty Images) Na Irlanda, a descriminalização do aborto foi aprovada no mês passado (Foto: Jack Taylor/Getty Images)

Em uma votação apertada e sob forte divisão da população, a Câmara do Deputados da Argentina decidiu pela legalização do aborto. Eles defendem que a prática pode ser realizada até a 14ª semana de gestação, além de se estender nos casos de estupro, riscos de vida para a mãe e malformação do feto. A decisão foi de 129 votos a favor, 125 contra e 1 abstenção em uma sessão que teve início ontem (13) à tarde e terminou somente na manhã desta quinta-feira (14). O projeto passará agora ao Senado.

Os deputados de Buenos Aires, capital do país e onde vive a maior parte da população, são os mais favoráveis à descriminalização do aborto. Em contrapartida, os parlamentares das províncias da região norte do país fazem a oposição. Fora do prédio do Congresso, milhares de pessoas e manifestantes pró e contra se reuniram para acompanhar a votação durante a noite toda. 

Antes da decisão, o aborto era ilegal na Argentina exceto em casos de estupro ou risco de vida da mãe. A lei, que foi adotada em 1921, aplicava pena de quatro anos de prisão para as mulheres que realizassem a prática. Desde o retorno da democracia ao país, em 1983, o projeto de lei a favor da descriminalização do aborto foi apresentado sete vezes ao Congresso, mas nunca tinha chegado até o plenário para votação.

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