POLÍTICA

Para Azambuja, PSDB não olhou para Nordeste e Centro-Oeste

Azambuja foi reeleito para o governo de MS em 2018 - Crédito: Arquivo/Dourados News Azambuja foi reeleito para o governo de MS em 2018 - Crédito: Arquivo/Dourados News

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) concedeu entrevista à Folha de São Paulo e fez um balanço sobre o partido que representa, seu desempenho nas últimas eleições e sobre as perspectivas para os próximos anos. 

O tucano foi reeleito em 2018 por Mato Grosso do Sul com 52,35% dos votos válidos. 

Para ele, o partido deve apoiar proposições do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em especial as que dizem respeito a reforma da Previdência e tributária, para “o país avançar”. 

Sobre o PSDB, Azambuja é crítico na questão da legenda ter voltado os olhos apenas ao eixo “Minas Gerais/São Paulo”. Neste ponto, ele se refere a disputa traçada entre Alckimin e Aécio e enfático ao criticar: “sempre reclamamos das nossas votações no Nordeste, mas nunca falamos pro nordestino como uma política de partido”. Ele complementa ao afirmar que “o momento é de fortalecer o partido, falar com essas regiões das quais nos distanciamos e trazer novas lideranças, trazer novas cabeças para a executiva e sair desse eixo”.

Além deste aspecto, no que se refere as eleições de 2018, o governador criticou o partido por não apresentar um discurso sintonizado com aquilo que a população entendia como prioridade, diante do ‘cansaço’ da maioria quanto a forma de atuação da esquerda que estava no poder por muitos anos e que levou a mudança, na opção de um viés da extrema direita, representado com Bolsonaro. 

O PSDB foi um dos principais partidos apoiadores do ex-presidente Michel Temer (MDB), no entanto, Azambuja se posicionava contrário à participação da legenda no Governo do mesmo. Para ele, as falhas de Temer pós impeachment impactaram no desempenho do PSDB em 2018.  

“O presidente Temer começou o governo com vários atores que foram caindo um atrás do outro em razão de escândalos. Isso acabou nos misturando aos problemas e criou uma contaminação do nosso discurso para 2018”, disse à Folha. 

Ainda quanto ao novo governo federal, quando a reportagem ressalta de nomes do Estado, a frente de importantes pastas, Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura), o governador é otimista e aponta que são pessoas com qualidade técnica e que logicamente se espera que olhem com carinho por Mato Grosso do Sul, bem como para o Brasil. 

Na visão do governador, a questão da demarcação de terras indígenas, a qual tem grande “peso” em Mato Grosso do Sul tem como ponto principal o viés Judiciário. 

“Precisamos da definição do marco temporal. Hoje existe uma lacuna jurídica”, diz. 

Sobre os problemas de violência nas fronteiras de Mato Grosso do Sul, o governador torna a falar da necessidade de “blindar” essas áreas, apontamento que fez por várias vezes já frente ao Governo. 

Quanto a medidas de economia, Azambuja aponta como positivas medidas que adotou frente ao Governo de MS, como cortar de 15 para 9, o número de secretarias, bem como reforma administrativa. 

Obra parada em MS, o Aquário do Pantanal já teve a aplicação de cerca de R$ 200 mi e questionado sobre a conclusão da mesma, o governador disse que a questão é jurídica. 

“Existe uma denúncia judicializada e quem está sendo acusado de irregularidades tem que se defender. O que pedi para concluir a obra? Segurança jurídica de não ser responsabilizado pelo que ocorreu em gestões anteriores. Aquilo que está sob investigação, que está sendo aprofundado, que se investigue e puna”, apontou. 

Sobre a Operação Vostok (ação da Polícia Federal realizada em 2018 que investiga suposto pagamento de propina relacionada a créditos tributários estaduais) o qual foi alvo juntamente com o filho Rodrigo de Souza e Silva quando faltavam poucos dias para eleições, Azambuja diz que apenas agora está tendo a oportunidade de se defender das acusações com documentos, sendo que considera “estranho” apenas a 20 dias das eleições a mesma acontecer, quando ele (e os outros alvos) estava a disposição para ser ouvido anteriormente e não foram convocados. 

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