Acusado

Puccinelli é apontado como principal beneficiário e mentor também de megaesquema em obras

Alvo direto da Lama Asfáltica, André Puccinelli foi apontado como principal beneficiário de suposto megaesquema de corrupção na Secretaria de Obras do Estado. O italiano é hoje, pela segunda vez, alvo de batida da Polícia Federal, que está neste momento na casa do ex-governador.

Ele também seria suposto mentor de esquema em pagamento de propinas via empresas, como por exemplo Gráfica Alvorada.

Conforme investigações da PF, repassadas ao Ministério Público Federal, Puccinelli, principal líder do PMDB de MS, é apontado como um dos principais beneficiários do esquema de corrupção que fraudava licitações de obras públicas revelado pela Operação Lama Asfáltica, deflagrada no dia 9 de julho de 2015.

Ao lado do ex-secretário estadual de obras, Edson Giroto, e do ex-secretário-adjunto de fazenda, André Cance, ele teria recebido propinas e vantagens pessoais para a contratação de empresas ligadas ao empresário João Krampe Amorim.

Conforme documentos obtidos pelo TopMídiaNews, a PF identificou, através de escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, a atuação direta de André Puccinelli no esquema em dezembro de 2014, quando se reuniu por duas vezes com João Amorim na sede da Agesul (Agencia Estadual de Gestão de Empreendimentos).

De acordo com as investigações, a organização criminosa foi obrigada a aditar diversos contratos para manter o superfaturamento e a apropriação de recursos públicos com o fim do governo, por isso Puccinelli foi resolver as ‘pendências’ pessoalmente.

Logo após os encontros com João Amorim, que foi coordenador e tesoureiro de campanha do peemedebista, o ex-governador publicou no Diário Oficial do Estado diversos termos aditivos prorrogando contratos com a Proteco Construções Ltda, de propriedade do empresário.

Em alguns dos extratos, o governo estadual inclui o repasse de recursos arrecadados através de multas em rodovias estaduais para a empresa. Assinam a então presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa, e Elza Cristina Araújo dos Santos – apontada como laranja de João Amorim em outras empresas.

Segundo o MPF, Puccinelli tinha conhecimento da estrutura da organização e do seu modus operandi, contribuindo com as atividades ilícitas a partir do cargo que ocupava, inclusive intermediando pessoalmente a prorrogação de contratos que foram fraudados na origem e na execução. Entre as vantagens recebidas pelo ex-governador, as investigações apontam o recebimento de propinas, inclusive para o favorecimento da Proteco nas obras do Aquário do Pantanal, e do uso de uma aeronave de propriedade de João Amorim nos dias 20 e 26 de fevereiro e 1º de dezembro de 2014.

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