Saúde

Secretário sustenta isolamento e vê “leitura enviesada” sobre assintomáticos

Titular da SES, Geraldo Resende garante que nada muda na estratégia de enfrentamento à pandemia

Pacientes assintomáticos transmitem covid-19; OMS estuda intensidade do contágio (Foto: Henrique Kawaminami) Pacientes assintomáticos transmitem covid-19; OMS estuda intensidade do contágio (Foto: Henrique Kawaminami)

Para o secretário de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, a fala da chefe do programa de emergências da OMS (Organização Mundial de Saúde), Maria van Kerkhove, de que a transmissão do novo coronavírus por pacientes assintomáticos seria rara, foi mal interpretada.

Nas redes sociais, houve quem incorporasse o discurso da epidemiologista para justificar oposição às recomendações de isolamento social e uso de máscaras por toda a população.

Precisamos verificar que isso é mais perigoso ainda. O assintomático está contaminando as pessoas, só não sabemos o quantitativo. É mais uma razão para fortalecer as medidas de isolamento. Isso é uma leitura enviesada”, disse Geraldo Resende.

O posicionamento do titular da SES vai ao encontro do que reforçou a OMS nesta terça-feira (9), dia seguinte ao da fala de Maria van Kerkhove. O diretor de emergências, Michael Ryan, cravou que a organização está “absolutamente convencida de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, a questão é saber quanto”.

A própria epidemiologista, horas após a declaração polêmica, foi ao Twitter para explicar que há diferença entre pacientes assintomáticos e pré-sintomáticos. Depois, reforçou ainda que se referia a um subconjunto de estudos e a dados que sequer foram publicados, oriundos de países que testaram sua população em larga escala - o que não é o caso do Brasil.

Conforme Geraldo Resende, nada muda nas estratégias da SES para enfrentamento à pandemia de novo coronavírus, que, no Estado, já provocou 2.455 casos confirmados e 22 mortes.

“O que a OMS já demonstrou é que cidades que afrouxaram o isolamento tiveram número de casos maiores, como na Itália. Continuamos preconizando o isolamento, o uso da máscara e a higiene das mãos para evitar a propagação e o crescimento exponencial da doença, o que temos registrado nestas últimas semanas aqui no Estado”, destacou.

Índice - Mato Grosso do Sul segue nas últimas posições em isolamento social no Brasil. Segundo boletim da SES, com dados da startup InLoco, só 35,1% da população ficou em casa nesta segunda-feira (8), taxa melhor só que a de Goiás (34,8%) e do Tocantins (33,5%).

Campo Grande foi penúltima no ranking de isolamento social por capitais, com 34,3%. Apenas Palmas, com 33,8%, conseguiu ser pior nesta segunda.

Comentários