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“Só queria meu filho normal de novo”, diz mãe que pagou R$ 6 mil para charlatã

Mulher conta que família ficou sem dinheiro para fazer compra no mercado, pagar água e luz

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“Era o sonho de toda a mãe, ver o filho normal de novo”. O relato é de uma mulher de 23 anos que na luta para que o filho de seis anos pudesse andar se viu presa ao pesadelo de perder quase R$ 7 mil para golpista que se apresentava como curandeira e ainda foi parar no julgamento dos comentários na internet.

A família mora em Prudêncio Thomaz, distrito de Rio Brilhante, e denunciou o caso de charlatanismo à Polícia Civil na última sexta-feira (dia 29). A mulher conta que o filho se desenvolveu de forma normal até os oito meses.

“Ele engatinhava, brincava, comia sozinho. Mas de um dia para o outro, foi emagrecendo, emagrecendo e ficou assim”, conta a mãe. O menino não caminha e nem fala.

Preocupada, ela conta que procurou médicos, comprou vitaminas na internet e acabou ouvindo de uma mulher que morava perto de sua casa que o quadro de saúde da criança era provocado por macumba forte.

“Fui conversar com ela, desabafei. Vejo meu filho andando no chão. Ela chorou junto comigo e disse que ia analisar, pedir para os orixás. Disse que a macumba era muito forte, que eu ia gastar muito, mas meu filho ia voltar a andar em nove dias”, conta a mulher vítima do golpe.

Para desfazer a feitiçaria, a mulher pediu R$ 1.635,00 parcelados em três vezes. Em seguida, pediu mais R$ 1,2 mil para sacrifício de um animal. O valor foi pago em materiais de construção.  Depois, veio uma sequência de pedidos de dinheiro até totalizar R$ 6,8 mil.

Quando percebeu o golpe, ela procurou a mulher, que já tinha se mudado para mais distante da família da criança.  Depois, a golpista saiu do distrito. “Ela não dava o nome certo e não tirava foto”, conta a mãe, que tenta reaver o valor levado.  A mulher foi também a outro benzedor, que disse que o caso não era de macumba.

Mãe de três crianças, a vítima relata que o marido está desempregado e a família passa por dificuldades financeiras. “Estamos passando por uma dificuldade muito séria. Não tenho dinheiro nem para fazer compra no mercado, pagar água, luz. A casa tem só duas pecinhas, mas é nossa”, diz.

O menino de seis anos recebe o benefício da Loas (Lei Orgânica da Assistência Social), que tem valor de um salário mínimo: R$ 1.100. A criança recebeu laudo de paralisia cerebral para receber o benefício, mas a mãe discorda e alega que exames de tomografia não aponta o problema.

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