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A Dona de Casa

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O mês de março é mês internacional das mulheres! Elas precisam mesmo ser cada vez mais valorizadas! A mulher é como sal. Sua presença é pouco lembrada, mas sua ausência faz todas as coisas ficarem sem sabor! Hoje, a chamada "rainha do lar" se transformou também naquela que atua e decide na sociedade. Que bom para nós, homens! Que seria do mundo sem o "toque feminino"? Muito sem graça, com certeza! 

Mulher é sensibilidade e força, ternura e coragem! Equilibrada e consciente, ela pode brilhar no mundo e nortear a família. Embora, no contexto atual, ela seja convocada a interpretar muitos papéis, gostaria de ressaltar um papel de extrema importância, mas muitas vezes desvalorizado pela sociedade moderna. Quando (alguns dizem que) a mulher é "só" dona de casa. Só? Como assim?

Recebi a história a seguir de uma amiga das redes sociais. Dá uma bela reflexão. "Uma mulher chamada Ana foi renovar a sua carteira de motorista. Pediram para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar. "O que eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário."Claro que tenho um trabalho", exclamou Ana. "Sou mãe e dona de casa", disse com orgulho. "Entendo, então não tem um trabalho ou uma ocupação profissional", disse o funcionário friamente.
 
Aquilo ficou na cabeça de Ana, até o dia em que estava numa outra situação, idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante. "Qual é a sua formação?" Perguntou. Ao que Ana respondeu: "Sou Doutora em Desenvolvimento infantil e Relações Humanas."
 
A funcionária fez uma pausa, ficando com a caneta a apontar para o ar. Ana teve que repetir, pausadamente, enquanto ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial. "Posso perguntar", disse a profissional com novo interesse, "o que faz exatamente?" E veio a resposta: "Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente ela teria dito "dentro e fora de casa"). Sou responsável por uma equipe (família), fazendo a direção, gestão e administração das tarefas, recursos materiais e logística. Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?), o grau de exigência é de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas).
 
Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou e pessoalmente abriu a porta. Naquele mesmo dia, quando Ana chegou em casa, foi recebida pela sua equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pode ouvir o mais novo aprendiz (um bebê de seis meses), testando suas tonalidades de voz".
 
Carreira gloriosa! Mulher, mãe, filha, despertador, cozinheira, empregada doméstica, professora, babá, enfermeira, agente de segurança, conselheira, administradora, enfim, são infinitas as funções da "Dona de Casa", conhecida também como a verdadeira "Mulher Maravilha"! Não tem feriados. Não tem licença por doença. Raramente tem dia de folga. Trabalha dia e noite, faz plantão. Não recebe salário e, às vezes, ainda escuta a frase: "Mas o que você faz o dia inteiro?" Dedicada a você, mulher, que dá sua vida pelo bem estar de suas famílias! Parabéns!

*Pós-graduado em Direito Público, Analista do Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região, Professor, Palestrante e Escritor, Sul-matogrossense, mas atualmente mora no Rio Grande do Sul.

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