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Após 10 casos de coronavírus, indígenas fecham entradas da aldeia Bororó em Dourados

Entradas da aldeia Bororó estão fechadas - Foto: Indígena FM Entradas da aldeia Bororó estão fechadas - Foto: Indígena FM

Com a confirmação de 10 casos de coronavírus na Reserva Indígena de Dourados, lideranças decidiram fechar entradas da aldeia Bororó. Quem não mora no local está sendo impedido de entrar, a exemplo de vendedores ambulantes.

O bloqueio está sendo feito somente na Bororó. Na aldeia Jaguapiru não há fechamento. Juntas, as aldeias somam cerca de 17,3 mil pessoas.

Gaudêncio Benites, líder da aldeia Bororó, diz que convocou ontem moradores para fechar as entradas. Ele informou que há um total de nove e que ainda hoje todas estarão bloqueadas.

Além de impedir a entrada de brancos na aldeia, ele diz que tem feito orientação junto aos voluntários, com a comunidade indígena. "Estamos reforçando sobre o perigo do coronavírus e se alguém tiver que ir à cidade [Dourados] que faça o uso de máscara, use álcool em gel", relatou.

No entanto, são poucas as pessoas que possuem máscaras. "É complicado porque a comunidade é pobre e não há máscara e nem álcool em gel. Fica difícil o combate", lamentou Gaudêncio Benites.

Outro grande problema, segundo ele, é a falta de alimentos. Muitas famílias vivem em situações precárias e não dispõe de condições mínimas como água encanada.

"Precisamos de cesta básica, tem muita gente sem ter o que comer em casa", avisou a liderança. O primeiro caso de coronavírus registrado na reserva ocorreu na quarta-feira, na aldeia Bororó, de uma trabalhadora de 35 anos, de um frigorífico na cidade.

Depois disso, equipe da Secretaria de Saúde passou a monitorar 43 pessoas que tiveram contato com ela, entre parentes e colegas de trabalho. Outras duas pessoas diagnosticadas na quinta-feira com a doença faziam parte deste grupo.

Ontem à noite outros 10 moradores da Reserva testaram positivo. A Secretaria ainda não divulgou se elas fariam parte do mesmo grupo.

Uma força-tarefa foi montada dentro da Reserva, para realizar exames na comunidade indígena.  

Gaudêncio Benites informou que, quem puder ajudar a comunidade com doação de máscaras e alimentos, podem entrar em contato com ele no telefone (67)  9 9805-5757.

 

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