DOURADOS

Após denúncia de caos, Conselho vai ao HU vistoriar ala neonatal

Coren fiscalizou ala Neonatal do HU - Crédito: Divulgação/Coren Coren fiscalizou ala Neonatal do HU - Crédito: Divulgação/Coren

O Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) realizou vistoria no HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados) na tarde de sexta-feira (29/11), após denúncia de caos e superlotação na Unidade Intermediária de Cuidados Neonatais. 

Durante o trabalho in loco, a equipe composta por um conselheiro e uma enfermeira constatou quadros de superlotação de pacientes, estrutura física inadequada para suportar leitos extras, subdimensionamento da enfermagem no setor; além da presença de pacientes com quadro de saúde mais complexo do que o permitido, que serão descritos em um relatório a ser entregue à direção do HU e a outros órgãos competentes para providências.

De acordo com Adrieli Aguiar Nunes, enfermeira que acompanhou os trabalhos, o espaço com capacidade máxima de 15 leites, possuía 21, todos ocupados. “Faltava espaço entre eles. A distância normatizada não está sendo respeitada”, comentou. 

“Vimos que as poltronas reservadas às mães para o momento da amamentação foram retiradas do setor e substituídas por cadeiras. A falta de espaço dificulta, portanto, a amamentação e o contato das mães com os bebês, além de potencializar as chances de infecção hospitalar e dificultar o trabalho do profissional da enfermagem”, complementou o conselheiro Cleberson dos Santos Paixão.

Também foi verificado que o número de profissionais da área é insuficiente para atender os 21 leitos dispostos. 

O CASO

“Há muito tempo a unidade vem sofrendo com a superlotação, sendo que, apesar de ter estrutura para atendimento de 15 pacientes, atende em média 20 pacientes por dia e já chegou a ter 27 recém-nascidos (RN) internados”, detalha a denúncia.

A categoria aponta ainda número insuficiente de técnicos de enfermagem e enfermeiros e destaca que a unidade está sem médico em alguns períodos durante a semana e aos finais de semana.

Até mesmo a necessidade de evacuação do setor foi citada na denúncia. Isso aconteceu em outubro, para desinfecção devido a surto hospitalar de varicela descrito como “reflexo de todas essas situações que vêm ocorrendo há um longo período de tempo e que pode ser extremante prejudicial aos pacientes expondo-os a sérios riscos, inclusive ao óbito”.

O OUTRO LADO

Questionada, a assessoria de imprensa do Hospital Universitário disse que a UCI Neonatal é dimensionada para 15 leitos, tanto com relação às instalações físicas quanto com relação ao quantitativo de profissionais e que a taxa de ocupação da referida unidade está frequentemente acima da capacidade. 

"Na data de hoje (29/11/2019) a UCI Neonatal do HU-UFGD está com 21 crianças internadas, e que, em setembro deste ano, chegou a abrigar 24 crianças".

Ainda de acordo com a assessoria, o HU-UFGD ingressou com um processo judicial para tratar das condições de ocupação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, cuja superlotação vem sendo recorrente por motivos alheios ao alcance e ao controle da instituição, "observando que as condições de uma unidade impactam diretamente a outra, pois muitas crianças que saem da UTI seguem os cuidados na UCI Neonatal".

Já em relação a ausência de profissionais de enfermagem, o hospital informa que "apesar de estar constantemente atendendo acima da capacidade, a UCI Neonatal não chega a ficar descoberta com relação ao pessoal da Enfermagem, pois é sempre feita readequação nas escalas para atender à demanda aumentada. Já na área multiprofissional, especificamente com relação aos fisioterapeutas, cabe esclarecer que esses profissionais não necessitam estar 24 horas na unidade".

Por fim, afirma que a falta de médicos pediatras é um problema enfrentado pela instituição e, nesse sentido, encontra-se aberto um concurso nacional com vagas para a profissão, bem como está previsto um Processo Seletivo Simplificado (PSS) específico para a contratação de pediatras.
 

 

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