DOURADOS

De prefeita a pré-candidatos, políticos douradenses divergem sobre adiamento das eleições

Senado aprovou adiar eleições municipais deste ano de 4 de outubro para o dia 15 de novembro por causa de pandemia - Crédito: Arquivo/Dourados News Senado aprovou adiar eleições municipais deste ano de 4 de outubro para o dia 15 de novembro por causa de pandemia - Crédito: Arquivo/Dourados News

O adiamento das eleições municipais deste ano de 4 de outubro para o dia 15 de novembro, aprovado pelo Senado Federal em sessão na terça-feira (23), divide opiniões entre pré-candidatos ou potenciais postulantes ao comando da Prefeitura de Dourados a partir de 2021.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que adia o pleito foi motivada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e a necessidade de evitar aglomerações, algo comum nos dias de votação e mesmo em campanhas eleitorais.

Para a prefeita de Dourados, Délia Razuk (PTB), que ainda não anunciou se buscará a reeleição, é irrelevante o adiamento das eleições porque em outubro e novembro o país ainda estará vivendo o rescaldo da pandemia e não fará muita diferença no processo eleitoral.

“Penso que seria mais interessante que fosse mantido o calendário, principalmente para os candidatos eventualmente eleitos, que teriam mais tempo para a transição, para se inteirar dos problemas e já ir pensando soluções”, pontuou.

Presidente da Câmara de Vereadores e pré-candidato a prefeito, o vereador Alan Guedes (PP) avalia que essa questão ainda tem alguns aspectos que precisam ser avaliados, porque o país é bastante disforme com relação à pandemia.

“A gente precisa saber ainda o que vai acontecer em alguns lugares. Penso que em outubro seria mais complicado, mas começando no final de setembro com eleição em 15 de novembro me parece razoável desde que a gente tenha as condições sanitárias para tal. Se não, penso que poderia ir para dezembro, para que possamos garantir a incolumidade física dos candidatos e principalmente dos cidadãos, eleitores, para que o pleito não fique esvaziado. Mas vejo com naturalidade dado o momento difícil que toda sociedade passa”, ponderou.

Para o deputado estadual Marçal Filho (PSDB), nome ventilado pelo partido para a disputa embora não se apresente como pré-candidato, o adiamento é necessário, mas não pode levar à prorrogação dos atuais mandatos.

“Concordo que tem que adiar as eleições, pois não se sabe como estará a pandemia em outubro. Mas sou favorável que aconteça ainda este ano, para não ocorrer prorrogação dos atuais mandatos. Fixar a data da nova eleição é importante, como foi feito, e com possibilidade de ser ajustada. Mas independente dessa discussão, meu foco está em ajudar o Estado e os municípios no combate ao coronavírus e não nas eleições”, afirmou.

Terceiro colocado na disputa pela prefeitura de Dourados nas eleições de 2016, o deputado estadual Renato Câmara (MDB) ainda não anunciou se vai entrar nesse pleito, mas apoia o adiamento aprovado pelo Senado Federal.

“Sou favorável [à PEC], porque o crescimento da pandemia está em pleno pico, chegando ao interior dos estados, e o adiamento da eleição leva para outra etapa da pandemia onde a curva possa estar mais achatada e causar menos danos através das transmissões por conta da aglomeração”, avaliou.

Pré-candidato a prefeito pelo Republicanos, Racib Harb faz ressalvas sobre o adiamento das eleições municipais deste ano por temer que a continuidade do pico da pandemia em novembro poderia forçar uma prorrogação dos atuais mandatos.

“O adiamento das eleições é uma garantia maior para que nós possamos fazer uma campanha mais tranquila. Seja qual for a data das eleições, com essas restrições, o processo democrático vai perder bastante qualidade. Restringindo à internet, corre risco de ser festival de fake news. Candidatos com maior poder aquisitivo vão se sobressair aos demais”, elenca.

O Dourados News também procurou outros pré-candidatos. 

O deputado estadual José Carlos Barbosa, Barbosinha (DEM), informou que vai enviar seu posicionamento. Já o professor João Carlos Souza, do PT, não atendeu à ligação e nem respondeu à mensagem enviada pela reportagem.

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