Brasil

Dólar opera com forte instabilidade após corte de IOF e leilão do BC

O dia é de forte volatilidade do mercado de câmbio brasileiro. Depois de cair 2% logo após a abertura dos negócios, reagindo à redução a zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investidores estrangeiros em renda fixa, a cotação da moeda mudou de direção e passou a subir. Veja a cotação

Por volta das 12h, com o dólar perto de R$ 2,15, o Banco Central anunciou um leilão de swap cambial tradicional, que equivale a uma venda futura de dólares – e a cotação da moeda perdeu força. Perto das 12h40, a moeda voltava a ser negociada em baixa, de 0,16%, a R$ 2,126. A queda, no entanto, não se sustentou. Por volta das 15h10, a moeda subia outra vez, a R$ 2,1320, alta de 0,15%.

Na intervenção desta terça-feira, o BC vendeu 27,5 mil contratos da oferta total de 40 mil, com vencimento em 1º de julho de 2013. A operação movimentou o equivalente a US$ 1,377 bilhão.

O anúncio da operação acontece na esteira da piora no exterior e de comentários da presidente Dilma Rousseff de que o governo não tem medidas para segurar o dólar.

"Essa aceleração (da alta do dólar) foi por causa da Dilma falando que não tem medida para segurar o dólar. Acho que isso está dando fôlego para essa alta", afirmou à Reuters o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.

IOF

Na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 2,0849, com queda de 2% logo no início dos negócios, movimento que perdeu força após a euforia inicial com a medida.

"Estamos tirando um imposto que não deveria nem existir. Retomamos uma política de crescimento de juros, o que deve atrair investidores no longo prazo, mas não fez reforma fiscal, não combateu a inflação", afirmou à Reuters o gerente de câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos.

Analistas acreditam que a redução do IOF pode reduzir a pressão de alta sobre o dólar no curto prazo, mas que o cenário internacional e fundamentos ruins da economia brasileira devem continuar pesando sobre o câmbio no decorrer do ano.

Na terça-feira, o dólar encostou em R$ 2,15 no decorrer da sessão, mas anulou a alta a poucos minutos de encerrar a sessão e fechou cotado a R$ 2,1289. A medida do governo para o IOF acontece em meio à valorização generalizada do dólar nos mercados mundiais e num momento de preocupação com a elevação dos preços no Brasil.

A valorização do dólar tem sido generalizada devido a sinais de recuperação da economia norte-americana, que alimentam expectativas de que o Federal Reserve, o banco central do país, comece a reduzir seu programa de estímulo já em suas próximas reuniões. Somente em maio, o dólar avançou 7,04% ante o real.

fonte: G1

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