POLÍCIA

Em 5 dias, mãe perdeu a filha para o câncer e o caçula para a violência

A dona de casa Maria Auxiliadora Mendes Rodrigues, 64 anos, ainda vivia o choque da perda da filha, de 37 anos, vítima de complicações de câncer, ocorrido na última segunda-feira, dia 05 de abril, quando presenciou na noite deste sábado (10), o assassinato do filho caçula, Cristiano, 30 anos, atingido a tiros após discussão.

“Até agora não sei o que aconteceu”, contou Maria Auxiliadora, que estava em casa, na Vila Margarida, ainda aguardado os trâmites legais para sepultar mais um filho. Com ela, estava o único filho que restou, a ex-nora e o neto de 12 anos.

Segundo o site Campo Grnde News, Maria conta que estava dentro de casa quando ouviu barulho de tiro disparado na rua e, em seguida, "um bate-boca", recorda-se. Viu o filho discutindo com homem que já se afastava e, temerosa do retorno dele, pediu que o filho entrasse na casa. “Não vai voltar, não”, foi a resposta de Cristiano.

Mas o homem voltou e atirou contra o rapaz. Nervosa, a mulher foi amparada e levada para casa de vizinha.

No boletim de ocorrência, consta que o Corpo de Bombeiros foi acionado e chegou a socorrer Cristiano, mas ele morreu no atendimento.

No relato à Polícia Civil, a namorada de Cristiano, adolescente de 17 anos, conta dinâmica semelhante. Os dois estavam dentro de casa quando ouviram o disparo e o rapaz saiu. Houve a discussão e os tiros.

O motivo da briga seria postagem em rede social feita por pessoa identificada apenas como Guga e que o suspeito “tomou as dores” do amigo e foi tirar satisfação com Cristiano. A adolescente tem filho de 5 meses com Cristiano, mas não morava na casa e passava os finais de semana com o namorado.

Luto

No dia 5 de abril, Maria Auxiliadora enterrou a filha mais velha, Alessandra Mendes Rodrigues, 37 anos. Há três anos, Alessandra foi diagnosticada com câncer de mama e há pouco mais de 6 meses havia sido submetido a mastectomia. A doença já havia se alastrado para coluna e a mulher havia perdido a visão.

Amigos chegaram a fazer campanha para arrecadar dinheiro e construir casa de alvenaria, no quintal da casa da mãe. Não deu tempo. Alessandra partiu e deixou o filho de 12 anos.

Estou me apegando com Deus para ter força”, disse Maria Auxiliadora, amparada pelo filho que restou.

A dona de casa disse que Cristiano era o caçula, já teve problemas na Justiça ao responder por homicídio, mas que “já pagou tudo”. Maria Auxiliadora conto que, ontem, o filho ainda estava soltando pipa com a criança na vizinhança. 

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