Grupo alvo da Operação Contra-Ataque III investia os recursos ilícitos do tráfico de drogas em veículos na tentativa de ‘blindar’ a origem do dinheiro.
De acordo com a Receita Federal, que atuou junto da Polícia Federal na ação deflagrada nesta manhã (14/8), em Mato Grosso do Sul, os integrantes da quadrilha atuavam, através de terceiros, em outras atividades econômicas como comercialização desses carros em garagens, além de atividades de manutenção e reparo.
Na manhã de hoje, são cumpridos quatro mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nesta nova fase da operação, iniciada em Minas Gerais.
Os trabalhos se concentram em Campo Grande, mas há uma determinação expedida também para Jaraguari, município próximo a Capital.
Conforme a Receita, através das análises bancárias e Fiscais dos envolvidos, foi possível constatar um grande esquema utilizado na logística para entrega dos entorpecentes e no recebimento dos valores decorrentes dessa comercialização, entenda no quadro abaixo.
“Na entrega das drogas, foram empregadas empresas ligadas a familiares ou aos próprios envolvidos para emissão de documentos de transporte e notas fiscais de mercadorias agrícolas utilizadas para ocultar as drogas. Para o recebimento desses valores, as transações bancárias eram realizadas através de contas de empresas autorizadas pelos sócios e de contas vinculadas a parentes. Esses últimos não possuíam lastro fiscal para a realização de substanciais movimentações financeiras”, relata o órgão.
A força tarefa identificou bens vinculados aos integrantes da organização criminosa como residências em condomínios de luxo em Campo Grande, cavalos de raça e veículos de alto valor, os quais serão objetos de sequestro nessa ação.
Os responsáveis poderão responder pelos crimes de tráfico de droga e de lavagem de dinheiro. Participam da operação cinco auditores fiscais e nove analistas tributários da Receita Federal do Brasil, além de 60 policiais federais.
Investigação
A nova fase da operação ocorre após análise de materiais apreendidos em investigações realizadas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado - FICCO/MG, relacionada a uma organização criminosa dedicada a comercialização de armas e drogas na região do Triângulo Mineiro.
Após a identificação de que os fornecedores estariam sediados em Campo Grande, houve decisão judicial da 1ª Vara Criminal de Uberaba, autorizando o compartilhamento de provas, as quais foram encaminhadas à Superintendência da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul para prosseguimento da apuração.
“Com o aprofundamento das investigações, foi possível constatar um complexo esquema elaborado para consecução da traficância, com a utilização de mercadorias agrícolas para ocultar as drogas e empresas, que apresentaram vínculos com os investigados, para o recebimento dos valores atinentes às negociações. Referidas empresas não possuíam lastro fiscal para a realização de substanciais movimentações financeiras, adotando atividades econômicas como comercialização de veículos e oficinas mecânicas para blindar a origem dos recursos”, diz em nota encaminhada a Polícia Federal.
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