Brasil

Ofensiva montada contra gripe aviária vai além das fronteiras

Drone é usado para monitorar, do alto, aves silvestres que têm o Pantanal como local de invernada durante a migração - Crédito: Divulgação Drone é usado para monitorar, do alto, aves silvestres que têm o Pantanal como local de invernada durante a migração - Crédito: Divulgação

Diante da imensidão verde que outrora, reza a lenda, foi o Mar de Xaraés, a estrada de terra batida nos leva a um lugar incomum aos que estão nas urbes agitadas, mas de praxe para os que têm o Pantanal na veia: a Nhecolândia. Ali, há pontos que são paradas obrigatórias para aves que anualmente voam milhares de quilômetros em um ritual migratório que começa bem longe, em países como Canadá, Estados Unidos e México.

A ciência unida ao conhecimento dos pantaneiros formou um casal infalível para encontrar os locais de invernada dos animais que, ao se deslocarem entre os hemisférios norte e sul, buscam suporte de alimentação, água e descanso no Pantanal. Contudo, esse movimento natural e secular esconde o risco da transmissão da influenza aviária.

“Todo o trabalho é feito principalmente nas proximidades das lagoas em propriedades rurais, identificadas por imagens de satélites e também ouvindo a população local como pontos onde as aves silvestres se encontram, e também podem ter contato com as domésticas”, explica o médico veterinário Marco Aurélio Guimarães.

Fiscal agropecuário e gerente de Controle e Operações do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul), Guimarães, assim como outros fiscais, tem auxílio da tecnologia para esse trabalho, usando drones para encontrar aves doentes.

Com a visão aérea, é possível identificar aves silvestres caídas ou mesmo com outros sintomas da influenza aviária. “Essas áreas são possíveis pontos de entrada da doença no Brasil, e por isso intensificamos o trabalho nesses locais, mesmo que distantes”, frisa.

Se algum caso suspeito é identificado, as aves domésticas da propriedade têm amostragens de sangue coletadas para análise em laboratório federal, com prazo de uma semana para se ter o resultado nesse período de maior vigilância - que subiu após a identificação da influenza aviária em uma granja boliviana na região dos Andes, que apesar de distante de Mato Grosso do Sul, se faz necessário a intensificação da fiscalização.

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