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Pastor alvo de mandado de prisão segue solto em frente a quartel

Pastor Fabiano Oliveira em frente ao 38º Batalhão de Infantaria em Vila Velha, ES, neste sábado (17) - Crédito: Reprodução Pastor Fabiano Oliveira em frente ao 38º Batalhão de Infantaria em Vila Velha, ES, neste sábado (17) - Crédito: Reprodução

O superintendente da PF (Polícia Federal) no Espírito Santo, Eugênio Ricas, confirmou, em entrevista, que o pastor Fabiano Oliveira, alvo de mandado de prisão na operação da Polícia Federal contra atos antidemocráticos, não teve o mandado de prisão cumprido e que ele seguia em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército em Vila Velha, na Grande Vitória, até a manhã deste domingo, dia 18 de dezembro.

Ricas disse que Fabiano Oliveira está sendo monitorado e que a PF só não cumpriu ainda o mandado de prisão contra o pastor porque um grupo de pessoas se aglomerou em frente ao batalhão, e que uma ação da PF neste momento poderia ser revidada, colocando em risco a integridade de terceiros.

"O pastor está em frente ao 38º Batalhão de Infantaria e existe um grupo de pessoas lá, inclusive com crianças e idosos, e uma ação da PF lá gera risco para essas pessoas, e esse grupo aumenta aos finais de semana porque as pessoas não estão trabalhando", disse.

Segundo o superintendente, a PF precisa contar com a possibilidade de que essas pessoas interfiram na prisão, jogando pedras e paus, por exemplo, o que poderia provocar uma reação desproporcional da PF.

De acordo com Ricas, por se tratar de uma polícia judiciária, a PF não dispõe de recursos menos letais para agir em situações de confronto, como bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.

O superintendente da PF também reiterou que o MP/ES (Ministério Público do Espírito Santo) tem conhecimento da situação e que, nesses casos, o MP pode acionar a Polícia Militar, que tem o aparato mais adequado para agir nesse cenário, para garantir o cumprimento da determinação.

Ainda assim, Ricas informou que, caso seja necessário, a PF pode solicitar apoio de equipes de outros estados para cumprir o mandado de prisão.

Eugênio Ricas também descartou a versão que circula nas redes sociais de que o Exército teria aumentado a área sob sua responsabilidade em frente ao 38º Batalhão de Infantaria, o que impossibilitaria a ação da PF.

De acordo com o superintendente, o pastor Fabiano Oliveira e os demais manifestantes não estão dentro do quartel, o que não restringe o acesso da PF.

Ricas garantiu que o pastor está sendo monitorado e que o mandado de prisão contra ele será cumprido pela PF, e que a corporação aguarda o momento mais adequado para efetuar a prisão.

"Estamos nos planejando e vamos organizar isso, a quantidade de pessoas e os equipamentos adequados, para efetuar a prisão. Vamos cumprir, custe o que custar", falou.

Ricas também confirmou que outro bolsonarista com mandado de prisão em aberto, o radialista Max Pitangui, segue foragido.

O superintendente declarou que a PF ainda não sabe onde ele está, mas que segue procurando Pitangui para que ele seja preso.

Neste sábado (17), dois dias depois da deflagração da operação para o cumprimento do mandado de prisão de Fabiano Oliveira e outros três no Espírito Santo, o g1 revelou que o pastor permanecia em frente ao batalhão do Exército em Vila Velha.

Além do pastor, Moraes determinou a prisão de mais três pessoas no Espírito Santo. Duas delas – o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) e o jornalista Jackson Rangel, dono do site Folha do ES – foram presas na quinta-feira (15).

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o pastor Fabiano Oliveira em frente ao 38º Batalhão de Infantaria de Vila Velha.

Na gravação ele diz que na noite anterior, sexta-feira (16), a PF tentou cumprir o mandado de prisão contra ele, mas que os manifestantes que estavam na frente do batalhão impediram o cumprimento da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

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