DOURADOS

CPI da Saúde ouve reitora da UFMS e servidores do HU

Uma funcionária responsável da área de radioterapia e a coordenadora do setor e presidente do Conselho Gestor do Hospital Universitário de Campo Grande, foram ouvidas na manhã de ontem na Câmara Municipal da Capital, pelos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularidades nas gestões daquela unidade hospitalar e do Hospital do Câncer Dr. Alfredo Abrão. A reitora da UFMS foi ouvida no final da tarde de ontem.

O primeiro depoimento foi da física Regina Borges Prestes César, responsável pelo setor de Radioterapia do Hospital Universitário, que denunciou sofrer ameaças de morte por pessoas supostamente ligadas aos atos irregulares que levaram ao afastamento as diretorias das duas unidades hospitalares. Regina disse que seu filho também sofre as mesmas ameaças e solicitou proteção para fazer suas revelações sobre as atividades no hospital que trabalha.

Ela confirmou, em seu depoimento, que em 2007 a equipe de Radioterapia do Hospital Universitário viabilizou um aparelho de radioterapia por Cobalto, doado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que reativou o setor, parado desde 2005. Regina Borges explicou que o equipamento funcionou até 2009, quando foi desativado, segundo ela, por determinação da ex-direção do HU.

Como membro do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Conen), Regina disse que na época fez um relatório sobre a situação ao Conselho Gestor do HU, oportunidade em que teve seu pedido de demissão solicitado pela então diretoria. O setor foi desativado, os funcionários espalhados por outros setores do HU e dois permaneceram responsáveis pelos equipamentos de radioterapia.

A segunda audiência, já no final da manhã de ontem, foi com a presidente do Conselho Gestor do Hospital Universitário, Silmar de Fátima Lima Ramos, também coordenadora do setor da Radiologia, a qual afirmou que não deveria ser convocada para depor na CPI. Ela ressaltou que a responsabilidade pelos esclarecimentos não seriam dos membros do Conselho Gestor, mas a Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), que investigam as supostas irregularidades.

Ela também negou responsabilidade na suspensão do atendimento da radioterapia no HU em 2005, afirmando que a decisão foi da administração do hospital e que o órgão não tinha obrigação de investigar esse suposto crime.

Silmar também citou que a conselheira Cleonice Alves, que recebera o e-mail lido na sessão, não poderia comparecer à audiência, mas solicitou que informasse à CPI que o conselho não teve acesso às decisões de suspender o atendimento oncológico no Hospital Universitário.

O presidente da CPI, vereador Flávio César Mendes de Oliveira (PTdoB), respondeu ao questionamento de Silmara, afirmando que a comissão quer esclarecer os fatos e busca informações durante as audiências, para que as pessoas convocadas possam colaborar com a investigação.

REITORA

A CPI da Saúde também ouviu na tarde de ontem a reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Célia Maria da Silva Correa Oliveira que, antes da audiência, disse desconhecer ameaças à funcionária, bem como explicou já ter recebido documentação, tanto da Polícia Federal, quando da Advocacia-Geral da União (AGU), sobre as investigações no Hospital Universitário e confirmou haver determinado a abertura de sindicância interna para apurar o envolvimento de servidores com as supostas fraudes investigadas pela CPI.

Além do presidente, a CPI da Saúde é composta pelos vereadores Carla Stephanini (PMDB); Ademar Vieira Júnior, o Coringa (PSC); Derly dos Reis de Oliveira, o Cazuza (PP) e Marcos Alex Azevedo de Melo, o Alex do PT (PT).

fonte: Dourados Agora

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