Dourados News
A população douradense atendeu aos apelos da rede social e saiu às ruas na noite desta quinta-feira (20) se manifestando pelos mais diversos temas. Da luta por uma passagem de transporte coletivo mais barata até mesmo questionamentos sobre a Copa do Mundo, os ideais eram expostos em faixas e cartazes confeccionados pelos participantes.
Algumas pessoas também disponibilizaram tintas para pintar o rosto dos interessados, remetendo ao movimento 'cara pintada' que surgiu no início dos anos 1990, pedindo o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, atualmente senador da República.
De acordo com o coronel do 3º Batalhão da Polícia Militar, Ary Carlos Barbosa, pouco mais de 14 mil pessoas participaram do manifesto 'Vem pra rua Dourados' que se concentrou na Praça Antônio João e seguiu pela avenida Marcelino Pires até a Câmara de Vereadores.
“Estamos felizes, pois em Dourados não houve nenhum tipo de vandalismo ou violência, muitas famílias e crianças puderam participar e ocorreu tudo pacificamente, como prevíamos” afirmou o coronel.
Entre os manifestantes, haviam universitários, médicos, advogados, professores, indígenas e muitas famílias, cada um defendendo suas causas.
Segundo o estudando Ícaro Bottan, um dos organizadores do manifesto, que luta contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade, o ato foi melhor que o esperado e o povo douradense de fato foi às ruas e protestou.
“Hoje pudemos presenciar o quanto nossa cidade é unida, como a sociedade está revoltada com tudo que tem acontecido na saúde, educação e no reajuste da passagem da tarifa de ônibus” declarou o estudante.
Para o advogado Jorge Luiz Santos, o povo está cansado de tanta hipocrisia e quer mais ação e justiça.
"A insatisfação popular resulta do fato do povo não se sentir mais representado pelos atuais partidos políticos, isso explica também a repulsa a participação dos partidos nos protestos" afirmou ele, que luta pela não aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 37 - que dá apenas aos organismos de segurança o poder de investigação, retirando o Ministério Público das ações.
Já a ativista Marcela Fagundes, protestava sobre o projeto de lei que foi aprovado esta semana, de autoria do Pastor Marco Feliciano, que ficou intitulada como “cura gay”.
“Todo o ser humano tem o direito de escolher o que deseja ser, e ninguém pode julgá-lo por isso, pois não está fazendo mal a ninguém” afirmou.
A estudante Juliana Martines, cobrava do governo saúde e educação nos mesmo padrões da Fifa.
“Para que serve um estádio enorme, com o que há de mais tecnológico, se estamos sem médicos e leitos nos hospitais, sem professores nas salas de aula, temos que parar de tapar o sol com a peneira” enfatizou a jovem.
Os manifestantes tomaram os dois lados principal avenida da cidade e seguiram até a Câmara Municipal e o shopping, o ato foi pacífico e a polícia não registrou nenhuma ocorrência
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