ECONOMIA

Dólar cai e fecha abaixo de R$ 3,70 após BC aumentar intervenção

A moeda dos EUA caiu 1,4%, para R$ 3,6886 na venda, após chegar a R$ 3,683 na mínima do dia. Já o dólar turismo era negociado a R$ 3,84.

O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (21), depois de 6 altas consecutivas e após o Banco Central aumentar a oferta da moeda americana no mercado. A ação do BC ajudou a segurar a disparada do dólar.

A moeda dos EUA caiu 1,4%, para R$ 3,6886 na venda, após chegar a R$ 3,683 na mínima do dia. Já o dólar turismo era negociado a R$ 3,84. Veja mais cotaçoes.

Até quinta-feira, o dólar acumula alta de 5,31% em maio. No ano, a valorização acumulada é de 11,32%.

O dia também foi marcado por queda no mercado de ações, com o Ibovespa recuando 1,52%, a 81.815 pontos.

"O BC, que foi bastante criticado na semana passada, mostrou as caras para tentar conter a volatilidade do dólar", disse a Correparti Corretora em relatório.

Na noite de sexta-feira, após o fechamento dos mercados, o BC reforçou, pela segunda semana consecutiva, a atuação no mercado de câmbio. O Banco Central triplicou a oferta de novos swaps cambiais, um instrumento que equivale à venda de dólar no mercado futuro e aumenta a quantidade de moedas no mercado, segurando o câmbio. O BC, no entanto, frisou que sua atuação no câmbio é separada da política monetária, que define as taxas de juros da economia.

"O BC deixou novas ofertas em suspenso, o que faz o mercado acalmar um pouco", comentou à Reuters o operador de uma corretora local ao ponderar, no entanto, que ainda era cedo para afirmar que a maior atuação terá o efeito desejado.

Nas últimas semanas, a moeda dos EUA disparou em relação a outras, com os investidores apostando que a taxa de juros nos Estados Unidos terá que subir mais vezes este ano para conter a inflação. Com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma migração de recursos para os Estados Unidos. Esse movimento traz uma tendência de alta do dólar em relação às demais moedas.

Na edição desta semana do relatório Focus do Banco Central, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,40 para R$ 3,43 por dólar. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,40 para R$ 3,45 por dólar.

BC aumenta oferta de moeda no mercado futuro

Com a disparada do dólar, o Banco Central anunciou na sexta-feira que triplicará nesta segunda-feira a oferta de contratos de "swap cambial", que correspondem à venda de dólar no mercado futuro.

Até então, o BC vinha ofertando 5 mil contratos nos leilões de swap tradicional, realizados diariamente. A partir de agora, o valor ofertado passará de US$ 250 milhões para US$ 750 milhões. A expectativa é que, com a mudança, o montante negociado até o fim de maio passe de cerca de US$ 3 bilhões para US$ 6,5 bilhões.

Em nota, o Banco Central informou que leilões adicionais podem ser realizados em caso de mudança do cenário econômico. "O BC ressalta que os montantes das ofertas adicionais de swap poderão ser revistos e se reserva o direito de realizar atuações discricionárias, caso seja necessário", diz o texto.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, mas não entrega a moeda. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses instrumentos servem para dar "proteção" contra variações bruscas no câmbio aos agentes que têm dívida em moeda estrangeira. Isso evita que tenham que comprar moeda no mercado à vista para se protegerem.

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