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Alvos de operação em Dourados atuavam como intermediários de grupo chinês

No município, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão - Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News No município, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão - Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News

Coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (3), no SIG de Dourados, detalhou a participação de moradores da cidade na Operação EBDOX, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal em parceria com equipes de vários estados. A ação desarticulou uma organização criminosa responsável por um golpe bilionário de falso investimento que atingiu mais de 400 vítimas em todo o país.

De acordo com o delegado Thiago Boeing, responsável pelas investigações que tiveram início em Taguatinga (DF), os investigados de Dourados atuavam como intermediários entre os líderes chineses e as vítimas brasileiras.

“As pessoas aqui de Dourados eram intermediárias entre os chineses e as pessoas do grupo, porque elas recebiam as mensagens em mandarim, que eram geradas pelos chineses, e repassavam aos brasileiros após uma tradução e uma análise feita dentro dos grupos, se passando por esse professor que dava dicas de investimento”, explicou o delegado.

Como funcionava o golpe

O esquema começou a ser investigado após a denúncia de um médico do Distrito Federal, que perdeu R$ 200 mil em uma plataforma chamada EBDOX, apresentada como corretora de criptomoedas. O site simulava altos rendimentos, mas em determinado momento deixou de liberar os saques. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Era só uma carcaça de site, não havia nenhum investimento real. As pessoas viam o valor crescer na tela, mas o dinheiro nunca era aplicado. Em seguida, foi inventada a história de que a Polícia Federal teria feito uma operação contra o grupo, e para liberar os saques era necessário depositar 10% de imposto. Muitas vítimas fizeram esse novo depósito e aumentaram ainda mais o prejuízo”, relatou Boeing.

A investigação apontou que os líderes do esquema eram cidadãos chineses residentes em São Paulo, que cooptaram brasileiros para organizar os grupos de WhatsApp e dar suporte às vítimas.

A movimentação financeira ultrapassa R$ 1 bilhão.

Operação chegou a Dourados

No município, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Embora não haja prisões registradas na cidade nesta fase, os investigados locais são suspeitos de atuar diretamente no suporte ao esquema.

“Aqui em Dourados cumprimos dois mandados de busca. Essas pessoas participavam da fraude, repassando orientações aos grupos de WhatsApp e fazendo o meio de campo entre os chineses e as vítimas”, destacou o delegado.

Próximos passos

Foram cumpridos mandados também em São Paulo, Guarujá, Curitiba, Boa Vista e Entre Rios (BA). Segundo Boeing, os materiais apreendidos, principalmente celulares e documentos, vão ajudar a identificar as lideranças e aprofundar a investigação.

“Agora a gente vai analisar todo o material apreendido. O grupo vai responder por estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa. Existe ainda a possibilidade de invasão de divisas, já que os valores eram enviados para fora do país. Esse ponto deve ser compartilhado com a Polícia Federal para uma segunda fase da operação”, concluiu o delegado.

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