Thaysa Santos, filha de Michelly Rios Midon Oruê, de 47 anos, decidiu se pronunciar publicamente após a repercussão nacional da tragédia que abalou Glória de Dourados. Michelly foi assassinada a facadas pelo próprio filho, Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21 anos, na última quinta-feira (3).

Muito emocionada, Thaysa gravou um vídeo em que aparece chorando e falando sobre a dor de perder a mãe de forma tão violenta. Segundo ela, o vídeo foi uma forma de responder a comentários que estariam espalhando informações falsas e aumentando o sofrimento da família.

“Eu senti muita raiva do meu irmão quando soube do que aconteceu. Muita raiva. Mas eu perdoei ele. Porque sei que a minha mãe faria isso. Ela morreu tentando salvar ele das drogas”, disse Thaysa, aos prantos.

Ela contou que Michelly morava com ela em Sidrolândia, mas decidiu se mudar para Glória de Dourados justamente para tentar ajudar o filho, que enfrentava problemas com o vício em drogas.

“Ela deixou tudo para cuidar dele. Minha mãe acreditava que longe das drogas ele teria uma chance. Ela morreu por amor.”

Durante o desabafo, Thaysa também desmentiu comentários que circulam nas redes sociais dizendo que Alfredo não teria problemas psiquiátricos. “Ele tem laudo médico. Foi diagnosticado com transtorno bipolar e já teve vários surtos. Não é invenção. Longe das drogas, ele era carinhoso comigo e com a nossa mãe”, afirmou.

Em um dos momentos mais fortes do vídeo, Thaysa responsabiliza o tráfico de drogas pela tragédia vivida por sua família: “A droga matou minha mãe. As pessoas que vendem drogas destroem famílias.”

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O crime

Michelly foi assassinada com golpes de faca na tarde de quinta-feira (3), nos fundos da casa onde morava com Alfredo, na rua Ivinhema, região central de Glória de Dourados. O corpo foi encontrado por familiares no início da noite, após várias tentativas de contato durante o dia.

Na manhã de sexta-feira (4), Alfredo foi localizado e preso pela Polícia Militar de Dourados. Ele estava dormindo em uma casa no bairro Jóquei Clube, conhecida como ponto de uso de drogas.

O veículo Renault Logan branco, usado por ele na fuga, foi fundamental para que os policiais chegassem ao local.

O jovem foi transferido para a Delegacia de Polícia Civil de Glória de Dourados, que ficou responsável por conduzir as investigações. O caso foi registrado como feminicídio.