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Jovem é estuprada pelo ex após brincar e postar fotos da cadela dele no status do WhatsApp: 'Ficou irritado'

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Uma jovem de 19 anos teve grave lesões após ter sido estuprada pelo ex-namorado de 17 anos, em Água Clara, nessa quarta-feira (26). O infrator alegou que "ficou irritado" pelo fato dela estar brincando com a cadela dele, além de fazer postagens constantes do animal no status do WhatsApp dela, o que inclusive estaria gerando comentário de amigos dele.

"Eles namoraram por cerca de um ano e a mãe do adolescente possui uma relação de amizade com a vítima, então, frequentemente ela convidava a menina para visitá-la. A jovem então alegou que brincava com o animal e isso o irritava. Segundo ele, os amigos ficam o provocando, dizendo que a ex ficava postando fotos da cadela", afirmou ao G1 o delegado Felipe Alvarez, responsável pelas investigações.

O crime ocorreu durante a manhã e a polícia foi acionada em seguida, prendendo o adolescente em via pública. "A vítima disse que, às vezes, ele aparentava um comportamento agressivo. No entanto, ele não havia concretizado nada no período de namoro. No entanto, após o término, ele demonstrou irritação pela questão das fotos no WhatsApp", explicou o delegado.

Em um primeiro momento, Alvarez conta que ele alegou relação consensual. "A investigação apontou que eles não se viam há mais de 3 meses e também foram encontradas ameaças no celular dele para ela, ressaltando que ia quebrar o pau caso ela não parasse de postar as fotos. Logo depois, ele apagou as conversas".

Conforme a polícia, a vítima foi encaminhada para o hospital e também fez o exames no Instituto de Medicina Legal (IML) de Três Lagoas. "O laudo do hospital, feito pelo médico plantonista, cita uma possível deformidade permanente, que é uma lesão gravíssima e ensejaria o estupro qualificado com a pena aumentada. Também foi feito o exame de sexologia e o perito forense confirmou, por telefone, lacerações importantes. Só que eu ainda não tive acesso ao laudo", explicou o delegado.

Por conta do gravante, Alvarez explica que o Ministério Público e o juiz podem analisar o caso e aumentar a pena de estupro do infrator. "Por ser menor, ele deve permanecer somente por 5 dias na delegacia, até que se encontre uma vaga para internação. Temos alguns problemas neste sentido no estado e ele pode permanecer solto, até porque era réu primário. No caso dele, a pena máxima de internação é de 3 anos, por ato infracional análogo ao crime de estupro", argumentou.

Prima da vítima a levou no hospital ao lembrar da Lei do Minuto Seguinte

Nesta quinta-feira (27), a polícia ouviu a prima da vítima e a testemunha ressaltou que a vítima não pretendia ir ao hospital. No decorrer do dia, as mães dos envolvidos também devem ser intimadas.

"Ela foi a primeira pessoa que teve contato com a vítima e disse que a menina não queria ir ao médico, estava muito abalada e só sabia chorar. No entanto, a prima se lembrou da Lei do Minuto Seguinte, algo que assistiu em campanha na Rede Globo. De imediato, ela disse que então levou a vítima e foi configurado o crime de estupro. A prima mora em um assentamento e interessante saber que uma campanha atingiu pessoas de uma área mais isolada", complementou Alvarez.

 

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