Política

Em mandatos relâmpagos, de apenas um mês, deputados suplentes de MS contratam 24 assessores

Cada parlamentar tinha o direito de aceitar ou não o cargo de apenas um mês, recebendo quase R$ 80 mil, sem trabalhar.

Os mandatos relâmpagos são de apenas um mês - Foto: José Cruz/Agência Brasil Os mandatos relâmpagos são de apenas um mês - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os suplentes de Mato Grosso do Sul, que assumiram o cargo de deputado federal neste mês de janeiro, contrataram 24 assessores, com salários que podem chegar até R$ 15 mil por trabalhador, por apenas um mês. 

Mesmo sabendo que o legislativo está em recesso e que não terá projetos para analisar, em Mato Grosso do Sul, foram três deputados que aceitaram assumiram a suplência, onde irão ficar no mandato apenas até o dia 31 deste mês. A posse foi realizada nos dias 2 e 3 de janeiro deste ano pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).

Marçal Filho, eleito deputado estadual por Mato Grosso do Sul, foi o único do Brasil a não aceitar o cargo e ficar recebendo sem trabalhar como deputado federal, pelo curto período. Marçal teria direito de assumir o cargo a ser deixado pelo deputado federal Geraldo Resende, do mesmo partido, que no dia 28 de dezembro foi anunciado pelo governador Reinaldo Azambuja como secretário de saúde para o segundo mandato do governador.  

Segundo Marçal, ocupar a vaga num período de recesso parlamentar do Congresso, recebendo salário e benefícios como qualquer outro parlamentar, é considerado imoral. "Como não fiz parte do atual mandato e que em 1º de fevereiro de 2019 os eleitos em outubro assumirão seus cargos, julgo não ser digno participar de uma legislatura de transição do Congresso, não justificando e não havendo, dessa forma, necessidade da minha posse, até porque não será possível apresentar proposições de projetos em benefícios à sociedade", anunciou o deputado estadual eleito.

Já os suplentes que irão ficar no cargo apenas até 31 de janeiro, não se importaram em receber uma pequena fortuna, que pode custar quase R$ 80 mil aos cofres públicos, em um curto período de tempo. Além disso, os suplentes contrataram assessores para ‘ajudar no trabalho’. Pela regra do legislativo, os suplentes podem gastar até R$ 111,6 mil por mês com salários de assessores e podem nomear 25 funcionários com remunerações que variam entre R$ 980,98 e R$ 15.022,32. Além do salário fixo, os assessores também terão direito ao 13º e férias proporcionais aos dias trabalhados e mais os benefícios, como auxílio alimentação e auxílio transporte.

O Coronel Bittencourt (PRB), por exemplo, nomeou 11 assessores que vão trabalhar nas férias do legislativo.

Enquanto Ademar Vieira Junior (PSD-MS), ou Junior Coringa, como é conhecido, tem nove assessores. Coringa deixou o cargo de subsecretário de Direitos Humanos em Campo Grande para assumir o mandato por um mês no lugar de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que deixou a Câmara para assumir o Ministério da Saúde de Jair Bolsonaro

Já Carla Stephanini (MDB) contratou quatro funcionários para o recesso do legislativo.

Como os deputados eleitos em outubro tomam posse na nova legislatura no dia 1° do mês de fevereiro, continua valendo o congresso anterior, mas vários parlamentares renunciaram a seus mandatos porque vão assumir cargos no executivo que já começaram a valer a partir deste mês de janeiro. Cada parlamentar tinha o direito de aceitar ou não o cargo de apenas um mês, recebendo quase R$ 80 mil, sem trabalhar. 

 

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