Brasil

Primo do senador Aécio Neves é preso na Região Metropolitana de Belo Horizonte

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (18), Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ele foi preso em casa, no condomínio Morro do Chapéu, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A informação foi confirmada pelo advogado de Frederico, Maurício Campos Júnior, mas o defensor disse que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a prisão. Frederico chegou à sede da Polícia Federal no fim da manhã desta quinta-feira e, às 11h30, aguardava para prestar depoimento.

A operação teve início após a delação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação do senador Aécio Neves pedindo a ele R$ 2 milhões. No áudio, com duração de cerca de 30 minutos, o presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato. A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo" na quarta-feira (17).

A entrega do dinheiro foi feita a Frederico Pacheco, que foi diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) entre 2011 e 2015, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. A PF rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que foi depositado em uma empresa do também senador Zeze Perrella (PMDB-MG).

O assessor parlamentar de Perrella Mendherson Souza Lima, que é também cunhado do senador e ex-vice-presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), é citado na delação como a pessoa que recebeu o dinheiro. Ele foi preso nesta manhã e chegou à sede da Polícia Federal em Belo Horizonte por volta das 11h50. A Polícia Federal informou que apreendeu R$ 400 mil em dinheiro na casa do assessor.

Em um vídeo divulgado em uma rede social, Perrella confirma que Mendherson é amigo pessoal de Frederico. O senador disse que vai comprovar que não tem relação com as acusações feitas na delação e que está tranquilo. "Portanto, estou absolutamente tranquilo. O assessor citado na matéria Mendherson Souza Lima realmente é meu assessor parlamentar e amigo pessoal do Fred Pacheco, que é primo do senador Aécio".

Nesta quarta-feira (17), em nota, a assessoria de imprensa de Aécio Neves afirmou que o senador está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos. Ainda segundo a nota, o senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários.

Operação em várias cidades

No Rio de Janeiro, a operação começou por volta das 5h. Um chaveiro foi chamado para os agentes cumprirem o mandado de busca e apreensão no apartamento de Andréa em Copacabana, na Zona Sul. Este imóvel pertenceu ao ex-presidente Tancredo Neves, avô de Aécio e Andrea.

Também foram feitas buscas nos apartamentos de Aécio, em Ipanema, e de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha, que está preso. As diligências foram todas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por volta das 6h15, pelo menos cinco carros descaracterizados da Polícia Federal chegaram à chapelaria do Congresso, em Brasília, que é a principal entrada e a mais utilizada pelos parlamentares. No Congresso, as buscas são feitas nos gabinetes de Aécio e Perrella e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O G1 não conseguiu localizar a defesa deles.

Em Belo Horizonte, policiais federais estão no prédio onde mora Aécio, no bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Uma viatura da PF com cinco policiais chegou por volta das 6h. Ainda não se sabe se alguém foi encontrado no apartamento. Os agentes também estão na casa de Perrella, no bairro Belvedere, Região Centro-Sul.

A irmã e assessora do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves, foi presa por agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na manhã desta quinta-feira (18) no condomínio Retiro das Pedras, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ainda não foi divulgado o motivo da prisão.

O advogado Marcelo Leonardo esteve na sede da PF em Belo Horizonte, para onde Andrea foi levada, e disse que vai fazer a defesa da irmã de Aécio, mas não vai se manifestar sobre a prisão neste momento. Agentes também fazem buscas em fazendas do senador e de Frederico Pacheco em Cláudio, no Centro-Oeste de Minas Gerais.

Delação da JBS

A operação teve início após a delação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação do senador Aécio Neves pedindo a ele R$ 2 milhões. No áudio, com duração de cerca de 30 minutos, o presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato. A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo" na quarta-feira (17).

Em nota, a assessoria de imprensa de Aécio Neves afirmou que o senador "está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos".

"No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários", diz o texto.

Em vídeo públicado em sua página no Facebook, Zeze Perrella afirmou que "nunca" recebeu "um real sequer" da JBS. "Eu quero dizer para os que me conhecem e para os que não me conhecem que eu nunca falei com o dono da Friboi. Não conheço ninguém ligado a esse grupo. Nunca recebi de maneira oficial ou extra-oficial um real sequer dessa referida empresa", diz o senador no vídeo.

Ainda segundo a delação de Joesley, também foi feita uma gravação onde o presidente Michel Temer dá aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato.

Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência disse que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar".

Comentários