DEZEMBRO VERMELHO 

Com avanços no tratamento, preconceito ainda é o maior 'adversário' na luta contra a Aids 

Servidores do Programa Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais e estudantes de medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) estiveram na Praça Antônio João nessa quarta-feira (1/12) - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News Servidores do Programa Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais e estudantes de medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) estiveram na Praça Antônio João nessa quarta-feira (1/12) - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News

A Aids, descoberta no início dos anos 1980, assombrou milhões de pessoas no mundo todo. Após décadas, as formas de tratamento passaram por avanços que proporcionaram aos portadores do vírus a possibilidade de levar uma vida normal. 

Porém, mesmo com estas mudanças conquistadas no decorrer de quatro décadas, temas como HIV/Aids seguem sendo um tabu. Para profissionais que trabalham diariamente nesta área, o preconceito acaba sendo um dos principais ‘adversários’ na luta contra esta doença. 

Nessa quarta-feira (1/12), Dia Mundial de Luta Contra a Aids e início da campanha ‘Dezembro Vermelho’, profissionais de saúde de Dourados realizaram diversas atividades voltadas a conscientização sobre esta doença sexualmente transmissível e que ataca o sistema imunológico.   

O Dourados News esteve ontem (1) na Praça Antônio João para acompanhar parte das ações coordenadas pelo Programa Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais. ‘Kits’ com panfletos informativos e preservativos foram distribuídos, além de orientação direta com especialistas. 

“Eu costumo dizer para eles [pessoas que vivem com HIV positivo] que a doença deixa de ser física e passa a ser mental. Quando você toma o remédio, você não vai ter mais a doença física, mas a existe uma tristeza que pode virar depressão, tudo isso gerado pelo fato de você ser portador do vírus. Pois o peso é emocional e social”, comentou a médica Cindi Melo.

Se nos anos 1980 e início de 1990 o tratamento, ainda incipiente, era composto por mais de 30 comprimidos. Atualmente, são apenas dois que devem ser tomados diariamente. Em até seis meses, a carga viral é negativada sem a danificação do sistema imunológico.  

“Existe sim qualidade de vida. Uma vida completamente normal. A única diferença é a necessidade de tomar dois comprimidos por dia”, disse a psicóloga, Gesielli Ramos Belo Custódio. Ela acompanha pacientes do SAE (Serviço de Ambulatório Especializado)/CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento).

Gesielli também falou sobre sua atuação como psicóloga no Programa Municipal voltado ao acompanhamento de pessoas com HIV positivo em Dourados – (Crédito: Hedio Fazan/Dourados News)

 

Tratamento

A psicóloga Gesielli Ramos salientou ainda que existem comprimidos voltados a prevenção contra o HIV/Aids que impede que vírus se estabeleça pelo corpo, como é o caso do PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV). Trata-se de uma combinação de dois medicamentos que deve ser tomado em até 72 horas após a exposição ao vírus. 

Já o PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) combina medicamentos antirretrovirais, para pessoas que foram expostas ao vírus, mas acabou passando de 72 horas após o ato sexual, seja com consentimento, estupro, camisinha estourada, entre outras situações.

Serviço

Para ter acesso a preservativos, realizar teste rápido ou se informar sobre o tratamento, qualquer pessoa pode procurar o Programa Municipal IST/AIDS e Hepatites Virais. 

O órgão funciona de segunda a sexta, das 7h às 13h, na Rua dos Missionários, nº 420, no bairro Jardim Caramuru. O telefone para contato é o (67) 3423-9150.
 

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