Avanço da Covid-19

Letalidade da Covid-19 será proporcional à nossa taxa de isolamento, alerta médico

"Simultaneidade de gente infectada dentro do hospital é o que a gente não quer", afirmou membro do Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 em Dourados

Médico Frederico de Oliveira Weissinger é membro do Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 em Dourados (Foto: Reprodução/Facebook) Médico Frederico de Oliveira Weissinger é membro do Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 em Dourados (Foto: Reprodução/Facebook)

Membro do Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 em Dourados, o médico Frederico de Oliveira Weissinger alertou nesta terça-feira (2) que a letalidade do novo coronavírus será proporcional à taxa de isolamento social recomendada justamente para evitar a disseminação da doença. 

Hoje, a maior e mais populosa cidade do interior de Mato Grosso do Sul, com 222.949 habitantes, chegou a 339 casos confirmados e tornou-se o município com maior número de diagnósticos positivos em todo o Estado, superando até mesmo a capital, Campo Grande, com 317.

Embora a Secretaria de Estado de Saúde tenha alertado ainda no sábado (30) que Dourados poderia ser o novo epicentro da Covid-19 em território sul-mato-grossense ao longo desta semana, na segunda-feira (1) o índice de isolamento social foi de 40,7% na cidade, abaixo dos 60% de mínimo recomendado pelas autoridades para reduzir a disseminação do vírus.

“Nossa letalidade vai ser proporcional à nossa taxa de isolamento, ou seja, quanto maior nossa taxa de isolamento, menor nossa taxa de letalidade, assim como, quanto menor nossa taxa de isolamento, maior nossa taxa de infecção e letalidade”, alertou o médico em entrevista exibida nas redes sociais da Prefeitura de Dourados.

Segundo ele, a taxa de isolamento garante com que também os profissionais de saúde consigam dar atendimento de qualidade e garante com que esses trabalhadores consigam se proteger “atendendo quem realmente precisa com a qualidade técnica necessária”. “Simultaneidade de gente infectada dentro do hospital é o que a gente não quer”, disse.

Weissinger garantiu, porém, que não é hora de fechar tudo e disse que o lockdown temido pelos empresários “não pode ser tomado sem respaldo técnico”.

“Existem vários fatores que influenciam a sugestão de lockdown. Nosso Comitê é consultivo, encaminhamos sugestões ao Executivo para pautar de forma técnica a prefeita. Essa cadeia de comando deve ser respeitada, de forma que você consiga proteger toda a rede. Lockdown, nesse momento, não se fala nisso”, ponderou.

 

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