PANDEMIA

Vacina não torna imunizados 'imbatíveis' à Covid-19, alertam especialistas

Idosos e profissionais da saúde imunizados devem seguir com cuidados preventivos à Covid-19 - Crédito: Arquivo/Dourados News/Hédio Fazan Idosos e profissionais da saúde imunizados devem seguir com cuidados preventivos à Covid-19 - Crédito: Arquivo/Dourados News/Hédio Fazan

Conforme dados do boletim epidemiológico de ontem (29) da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Dourados já soma um total de 26.427 pessoas que foram imunizadas contra o coronavírus. Desse montante, 19.336 receberam a primeira dose e 7.091 as duas doses. A vacinação no município teve início em 19 de janeiro.

No entanto, conforme alertam especialistas, ter sido imunizado não significa que as pessoas devam ‘relaxar’ com os cuidados preventivos à Covid-19, como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social. Assim como em todo o país, a cidade vive em uma nova onda crítica de disseminação do coronavírus e internações de pacientes em UTIs.

A vacina protege e principalmente previne a evolução de um quadro de infecção por Covid para um estágio grave, com internação, intubação e por vezes evolução em óbito. No entanto, quem recebeu o imunizante pode ainda ser infectado e deve seguir cuidando de si, da sua família e do convívio em sociedade de modo geral.

“Em relação a vacinação estamos avançando, é mais uma ferramenta que temos para lutar contra a doença, mas apenas estar imunizado nesse momento não é suficiente. Quem recebeu a primeira e a segunda dose não quer dizer que não vá adoecer, ressaltamos que mesmo imunizado é importante cuidar de nós e de nossas famílias”, alertou o secretário interino municipal de saúde, Edvan Marcelo Morais Marques, em entrevista ao Dourados News no dia 24 deste mês.

Há intervalos com relação à aplicação das doses de Coronavac e Astrazeneca. A primeira de aplicação de primeira e segunda dose estimado em 28 dias. Já para a Astrazeneca, o recomendado pela fabricante é de três meses. 

O Dourados News conversou sobre o assunto com a Doutora em Ciências Biológicas e Bioquímica e egressa da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Edmarcia Elisa de Souza. Ela lida com pesquisas e testes no Laboratório de Biosseguração de Nível 3 da USP (Universidade de São Paulo), que abriga patógenos de alta complexidade para biossegurança, incluindo o vírus Sarscov2 que causa a Covid-19.

O trabalho é parte fundamental para o desenvolvimento de vacinas contra o vírus.

“É preciso ter muito cuidado. O conceito de que se vacinou com a primeira dose e está imune é errôneo e perigoso. Pessoas com este conceito errado, além estarem em risco, podem estar transmitindo o vírus. Isto porque o organismo precisa de um certo tempo para responder aos imunizantes e adquirir anticorpos o suficiente para não ser infectado ou para eliminar completamente o vírus. As vacinas sendo aplicadas hoje no Brasil foram testadas cientificamente comprovando que a imunidade é atingida após a segunda dose”, alertou a cientista. 

Ainda conforme Edmarcia, o conceito de ‘100% imune’ varia ou não existe quando o assunto são vacinas. No que diz respeito especificamente à Covid-19, a principal ‘vitória’ dos imunizantes desenvolvidos e disponibilizados para o mundo é a prevenção à evolução para quadros graves e mortes.

“No caso específico das vacinas sendo aplicadas contra a Covid hoje no Brasil, o risco de agravamento da doença é reduzido em 75% e o risco para o óbito é nulo, após o recebimento da segunda dose de uma vacina específica”, explicou.

QUEM TEM SINTOMAS, NÃO DEVE SER IMUNIZADO

Outro fator importante diz respeito a pessoa que se dirige a uma unidade de saúde para receber a vacina. Ela não pode apresentar sintomas. Segundo divulgado nacionalmente pela direção da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), a população deve estar atenta principalmente a quadros febris e de infecções agudas.

Nesses casos o recomendado é adiar o recebimento do imunizante em pelo menos quatro semanas. Esse período seria para garantir o encerramento do ciclo de transmissão do vírus, possível agravamento dos sintomas e a recuperação do sistema imunológico.

VACINAÇÃO EM DOURADOS

A vacinação em Dourados segue para os seguintes grupos prioritários: idosos a partir de 68 anos com ou sem comorbidades, trabalhadores da área da saúde a partir de 56 anos (que não lidem diretamente com pacientes e material contaminado da Covid-19), trabalhadores da área da saúde a partir de 36 anos (que comprovadamente lidem diretamente com pacientes e material contaminado da Covid-19) e pessoas a partir de 65 anos que comprovem documentalmente que são portadoras de doenças imunossupressoras, pacientes em tratamento de câncer, transplantadas de órgãos ou de medula óssea, renais crônicos, paciente de pneumopatias crônicas graves, portadoras de doenças cardiovasculares crônicas ou que tenham sido submetidas a procedimentos operatórios.

Os telefones disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde para agendamento de vacinação são: 67 9 8468 – 8399 / 8098 / 8259 / 9023. No entanto, o município tem realizado campanhas para aplicação do imunizante em modalidades presencial e drive thru e a população deve estar atenta aos informes oficiais com datas e horários.
 

Comentários