Variedades

Ao ouvir que sua casa “é de pobre”, Eurides deu o troco com decoração

Eurides ao lado das criações feitas na fachada da residência.(Foto: Marcos Maluf) Eurides ao lado das criações feitas na fachada da residência.(Foto: Marcos Maluf)

Arquitetura

Esnobada por vizinha, ela resolveu mostrar que sabe fazer decoração melhor que muita gente graúda por aí

Eurides Santos Silva, 49 anos, tem um jeito que cativa qualquer um que pare para conversar com ela por cinco minutos. No Bairro Jardim Aero Rancho, a casa onde vive é um retrato da própria personalidade, pois mesmo sendo simples conserva uma beleza particular e única.

Neste ano, ela deu asas à imaginação e decorou a fachada com enfeites de materiais recicláveis e pintou os muros com tintas coloridas que retratam flores e outras plantas. A iniciativa de trazer cor e enfeitar o local, entretanto, não ocorreu por um motivo positivo.

Ela diz que foi humilhada por uma vizinha que disse a casa dela “é de pobre”, por isso, decidiu que iria embelezar o imóvel e inspirar outras pessoas.

Na fachada, garrafas de refrigerante, iogurte, latinhas, bandejas de plástico viraram móbiles de borboletas, sóis, estrelas e flores que chamam a atenção daqueles que transitam na rua. “Semana passada um senhor passou, achou bonito e pediu. Como tinha bastante, dei um. Eu não vendo, porque é muito simplezinho”, fala.

Além dos itens pendurados no teto e no portão, os vasos na calçada também receberam uma pintura nova e a lixeira foi toda cercada de florzinhas plásticas.

Fora o valor sentimental, outras particularidades dos artesanatos também agradam a dona da casa.  “A noite elas (latinhas) brilham e eu adoro os sons que elas fazem”, conta.

Há dois meses, ela começou o projeto que hoje deu um novo ar à residência. Nas mãos de Eurides nada é desperdiçado e tudo ganha utilidade e oportunidade para ser reaproveitado. Com um estilete e tesoura em mãos, ela se entrega ao processo criativo e produz os adereços. “Não tem nada de original, é só amor e dedicação”, garante.

De forma simpática, Eurides foi explicando o que utilizava e como cortava os objetos que adornam a entrada da residência. Neste momento, ela fez uma pausa e ficou emocionada ao expor o motivo da mudança. “É que me falaram que a minha casa é de pobre, casa feia. Depois que fui humilhada, fiquei muito triste, entrei em depressão. Comecei a pintar para a casa não ficar feia”, desabafa.

Desde então, a casa onde vive com o marido Carlos e três dos quatro filhos nunca mais foi a mesma. Orgulhosa das mudanças, Eurides convidou o Lado B para mostrar o interior do espaço e os desenhos feitos nos cômodos.

Usando massa corrida e tinta, ela pintou a varanda, sala, cozinha e mais um ambiente próximo aos quartos. Em cada parede, flores verdes, amarelas, rosas e vermelhas de diversos formatos e estilos dão as boas vindas para quem atravessa a porta.

Questionada se já tinha alguma prática com pintura, Eurides respondeu que não. “Eu fiz pra ser exemplo de que todo mundo pode fazer. Você pode ver algo que gosta, tentar fazer e dar asas à imaginação”, afirma. Após iniciar o trabalho artístico, ela garante que melhorou. “Eu me sinto melhor, é uma terapia”, diz

Cheia de ideias, Eurides planeja as próximas artes que irão ganhar um lugar de destaque na casa. “Eu quero fazer uma cortina com as fitas cassetes que meu marido ganhou”, revela.

Outra meta é fazer o contorno das flores pintadas no muro. “Eu ia fazer isso hoje, quero pintar aqui, porque tem que combinar as cores”, diz.  Com um sorriso no rosto, ela revela que todas as decorações ganharam significado especial. “Podem falar que é brega, mas pra mim tem valor”, finaliza.

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