Na fase de discursos do Plenário desta quinta-feira (24), diversos parlamentares usaram a tribuna para criticar o lucro recorde de R$ 106 bilhões anunciado pela Petrobras diante dos preços de combustíveis. O tema foi recorrente entre os discursos dos petistas.
O deputado Sidney Leite (PSD-AM) afirmou que a política de preços dolarizada da Petrobras tem contribuído para o aumento da inflação e a disparada dos preços no mercado interno. Segundo ele, os lucros da empresa não têm se revertido para a melhoria da vida da população, apenas dos acionistas.
“Todos esses investimentos não têm servido para atender a quem mais precisa. É necessário que este Parlamento reveja a política da Petrobras, criando alternativas”, disse. Para o deputado, apenas a mudança na tributação não será suficiente para conter o aumento dos preços.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman (PT-PR), afirmou que o brasileiro não tem o que comemorar com o lucro recorde da petroleira. Ela também cobrou a revisão da política de preços da empresa. “Temos um dos petróleos com o menor custo de exploração do mundo. E estamos agora com esse preço escorchante dos combustíveis em cima do povo para distribuir R$ 106 bilhões para acionistas privados. Isso é uma extorsão”, disse.
A parlamentar foi apoiada por diversos deputados do partido, que também cobraram a revisão da política de preços da empresa para que o combustível seja mais barato para o brasileiro, ainda que impacte no lucro da empresa. “Essa política de paridade ao preço de importação tem que ser interrompida. Temos que adotar uma política baseada nos custos efetivos da Petrobras e na preservação da sua capacidade de investimentos”, defendeu o deputado Merlong Solano (PT-PI).
O deputado Frei Anastácio Ribeiro (PT-PB) afirmou que o lucro da Petrobras é pago pelo bolso do brasileiro. “Enquanto essa empresa anuncia aumentos constantes nos preços dos combustíveis, o poder aquisitivo do povo vai diminuindo. A Petrobras continua esbanjando lucro, e o povo se atolando na pobreza”, criticou.
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) também criticou os preços dos combustíveis, que não oscilaram mesmo com a queda do dólar. "Como explicar que a Petrobras aumenta a gasolina porque aumentou o dólar e não diminui a gasolina quando o dólar diminui a sua cotação? É algo que não é aceitável, não é razoável, pelo que nós temos que nos levantar com argumentos e convicção", disse.
Lucro para acionistas
O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que apresentou requerimento de informações para revelar quem são os 50 principais acionistas da Petrobras e quanto cada um vai receber. “Os senhores vão ver que são os banqueiros que vão encher o bolso de dinheiro”.
Para o deputado Zé Neto (PT-BA), diante do cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia, a empresa deveria assumir um papel estratégico em defesa do mercado interno. “Nós não podemos pensar a Petrobras servindo primeiro ao lucro dos banqueiros em detrimento do serviço, da soberania e da valorização do nosso poder bioenergético nacional”, disse.
A política de preços foi criticada ainda pelos deputados Paulão (PT-AL) e Henrique Fontana (PT-RS).
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