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Vindos do Nordeste, trabalhadores denunciam precariedade de alojamentos

Eles foram contratados pela empresa para duas obras de supermercados (Foto: divulgação) Eles foram contratados pela empresa para duas obras de supermercados (Foto: divulgação)

Capital

Os alojamentos ficam na Rua Paulina Rapp, no Parque Dallas e na Rua Joaquim Murtinho, no Jardim Nova Era

Vivendo em dois alojamentos superlotados e sem condições sanitárias, cerca de 30 trabalhadores vindos do Maranhão e do Piauí denunciaram a situação ao Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campo Grande). Eles foram contratados pela empresa ILBRA Construções para duas obras de supermercados.

Os alojamentos ficam na Rua Paulina Rapp, no Parque Dallas e na Rua Joaquim Murtinho, no Jardim Nova Era.  Segundo o sindicato, duas enfermeiras do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador visitaram o local e ficaram impressionadas com a falta de condições sanitárias.

Os trabalhadores relataram que dormiam no chão e era comum a presença de ratos na residência. Um deles disse que ficou seis dias de cama com pedra nos rins e a empresa não forneceu assistência médica. Ele só foi ao médico porque os colegas de trabalho o levaram.

Além disso, muitos desses trabalhadores estão há sete meses sem visitar a família, porque a empresa não dá folga programada e não fornece a passagem. Tanto a dispensa programada quanto a passagem são obrigações da empresa e estão previstas na convenção coletiva.

“Eles foram enganados com a promessa de um trabalho decente e condições dignas de moradia. Passados alguns meses, observaram que a situação era bem diferente. Então pediram para a empresa os demitirem. No entanto, a empresa, segundo os trabalhadores, disse que se alguém quisesse sair do emprego teria de assinar a demissão por justa causa”, explica o presidente do Sintracom de Campo Grande, José Abelha.

Segundo o sindicalista, este tipo de conduta é justamente para “amarrar” o trabalhador à obra. “Caso concordem com a demissão por justa causa não teriam direito às verbas indenizatórias e não teriam condições financeiras de retornarem ao estado de origem”.

Fiscais do Ministério do Trabalho também verificaram as condições de saúde e segurança na obra da construção do supermercado. Eles constataram que não havia refeitório, e os trabalhadores faziam as refeições sentados em ferros, e também não havia água gelada. Além disso, os trabalhadores não dispunham de todos os EPIS (Equipamentos de Proteção Individual). A empresa ILBRA foi notificada para regularizar a situação o mais rápido possível.

O Campo Grande News entrou em contato com a empresa com sede em Santa Catarina e aguarda retorno.

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