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Doze “laranjas” de Cabeça Branca são julgados por lavagem de dinheiro

Acusados de serem “testas de ferro” de narcotraficante durante audiência no Paraguai (Foto: ABC Color) Acusados de serem “testas de ferro” de narcotraficante durante audiência no Paraguai (Foto: ABC Color)

Interior

Patrimônio do grupo no Paraguai, avaliado em 100 milhões de dólares, foi confiscado

Doze cidadãos paraguaios, apontados como “laranjas” do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, serão levados a julgamento público pela Justiça do Paraguai por lavagem de dinheiro e organização criminosa. O patrimônio deles, confiscado pelo governo do país vizinho, foi avaliado em pelo menos 100 milhões de dólares.

Preso no dia 1º de julho de 2017 em Sorriso (MT), onde vivia com identidade falsa e com o rosto alterado por cirurgias plásticas, “Cabeça Branca”, 63 anos, é natural do Paraná e por muitos anos manteve base sólida do tráfico de cocaína na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Já condenado a pelo menos cem anos de prisão por tráfico internacional de cocaína, ele foi sócio de outro bandido lendário na fronteira, Jorge Rafaat Toumani, executado em Pedro Juan Caballero em junho de 2016.

Além do esquema de lavagem de dinheiro através de empresas e de fazendas de soja e boi em Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos da Rocha mantinha patrimônio gigantesco em território paraguaio, confiscado e passado para o controle do Estado após sua prisão. São 23 fazendas, 28.350 cabeças de gado, 116 veículos e pelo menos 80 imóveis.

Entre eles estão os contadores Mauro Mereles (ex-presidente do clube 2 de Maio, de Pedro Juan Caballero), Dioesmede Aguilera e Reinaldo Candia Cristaldo.

Também vão a júri Juana Estela Cardozo de Aguilera, Luis Carlos Aguilera, Luis Gregório López, Eduardo de Oliveira Moleirinho, Arnaldo Arévalos, Liz de Arévalos, José Félix Arévalos, Emil Óscar Moreira Pinto e Nadir Drusila Ibarra.

Todos foram presos pela polícia paraguaia durante sequência da Operação Spectrum, que localizou “Cabeça Branca” comprando pão em uma padaria de Sorriso. Ele vivia na cidade como pessoa comum, apesar de ser considerado na época o maior traficante do Brasil.

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