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Região sul consolida-se como mais violenta da Capital

Polícia Militar em rondas na região da Nhanhá, que fica no Anhanduizinho. (Foto: Marcos Maluf) Polícia Militar em rondas na região da Nhanhá, que fica no Anhanduizinho. (Foto: Marcos Maluf)

Capital

Nessa região foram registrados os últimos homicídios na Capital, de Isidoro Cáceres e Adriano Ocampos

A maior região urbana de Campo Grande, Anhanduizinho, está entre as mais violentas e com mais chamadas para a Polícia Militar via 190. Levantamento mostra que o número quase dobra se comparado com as outras regiões da cidade. Os últimos assassinatos, de Isidoro Cáceres, de 35 anos, o "Paraguai", e de Adriano Ferreira Ocampos, de 34, aconteceram na região, no Jardim Los Angeles, e seguem sob investigação.

Segundo a Polícia Militar, somente em maio deste ano foram 2,5 mil atendimentos reais –quando há acionamento, atendimento da ocorrência e registro – feitos pelo 10º Batalhão, que atende o Anhanduizinho, enquanto nas outras (Bandeira, Prosa, Segredo, Imbirussu, Lagoa e Centro), esse número fica entre 1 mil e 1,3 mil de atendimentos reais em cada área.

A diferença se dá, conforme o coronel da PM, Emerson de Almeida Vicente, comandante do policiamento metropolitano da Capital, pelo fato da região englobar bairros populosos, como o Aero Rancho. "Então é uma das regiões mais preocupantes. Naquela região temos o presídio da Gameleira e o Federal, sendo locais onde faccionados acabam residindo".

O comandante cita que outra região preocupante em relação a crimes violentos é o Jardim Noroeste, onde fica localizada a Penitenciária de Segurança Máxima. "Ali temos o mesmo problema do Anhanduizinho, também pela proximidade aos presídios", pontua.

Contudo, Almeida explica que cada região tem sua demanda. "Na região central, por exemplo, temos mais problemas com furtos. Dessa forma, as operações da Polícia Militar, como a Saturação, estão sendo constantes e com isso, muitas armas já foram tiradas de circulação", cita. Segundo o comandante, foram apreendidas 252 armas em 2021 e 120 até julho deste ano.

Homicídios – Nesse cenário aparece em destaque, entre os crimes violentos, o homicídio. Segundo o comandante, um dos mais difíceis de se combater e que apresentou aumento de 31,5%. Foram 57 mortes em 2021 e 75 este ano (de janeiro a julho).

E foi na região do Anhanduizinho onde houve as últimas execuções em Campo Grande. Isidoro Cáceres, de 35 anos, conhecido como "Paraguai", foi morto na noite de sexta-feira (29), no Los Angeles. Ao menos 50 tiros foram disparados no local, de acordo com a polícia, e o crime foi registrado por câmera de segurança (vídeo abaixo).


João Lennon Ferreira dos Santos, de 31 anos, foi assassinado na quinta-feira (28), no Jardim Canguru e Adriano Ferreira Ocampos, de 34, na terça-feira (26), no Los Angeles. Todos os casos seguem sob investigação e até o momento não há informações sobre prisões.

"A gente atua com a prevenção, para que durante uma abordagem consiga reprimir uma pessoa que está indo cometer o delito. Contudo, mesmo com a prevenção, é um crime difícil de combater, visto que as pessoas já vão com a intenção de cometer o crime, que é geralmente é premeditado. Estamos trabalhando para frear essa continuidade e não ultrapassar 2021", finaliza o comandante.

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